O planeta está a pedir socorro: Jornadas da Comunicação debatem crise climática

A crise climática foi o tema debatido no primeiro dia das Jornadas da Comunicação, que decorreram na manhã desta terça-feira, dia 28, no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Uma das ideias que reuniu consenso por parte de todos os convidados é que este é um problema não de amanhã, mas de hoje.

O debate teve inicio às 11h e foi moderado pelo aluno de 2°ano, Pedro Carvalho. Os oradores presentes foram António Pita, presidente do Município de Castelo de Vide, Mourana Monteiro, ativista, e Mariana Gomes, fundadora da associação “Último Recurso”, que discutiram a problemática e apresentaram algumas medidas que poderão travar o rumo que o planeta está a seguir.

Um dos temas principais discutidos nesta manhã foi a importância que este assunto tem para todos e a sua urgência na atualidade. Mourana Monteiro afirmou que “a questão da crise climática é um problema de hoje (…) e que os próximos anos vão ser determinantes para como vai ser o resto do século” e Portugal, pela sua localização geográfica, será também afetado. Também António Pita referiu que a crise climática tem prejuízos para as autarquias locais e para os cidadãos, dando o exemplo dos fenómenos climáticos extremos que testemunhámos nos últimos meses entre cheias e incêndios num curto espaço de tempo.

Painel de convidados do debate desta manhã.
Painel de convidados do debate desta manhã.

Outro assunto abordado foi quem são os verdadeiros responsáveis pelas alterações climáticas. Neste ponto, as opiniões divergiram. Mourana Monteiro afirmou que, além dos cidadãos, existem responsáveis maiores, nomeadamente os países poluidores: “é uma questão de injustiça social” e “não podemos colocar a responsabilidade no consumidor quando o consumidor não tem à sua disposição acesso a serviços de qualidade para que possa fazer uma tomada de decisão consciente”. Mariana Gomes é também muito crítica nesta matéria, quando declara que a economia não se deve “centrar no lucro”, mas sim “no bem e na dignidade humana das pessoas.” Já António Pita defende que a culpa não pode ser atribuída apenas a um grupo, pois “a responsabilidade é ao nível dos governantes, das empresas e dos indivíduos.” Refere ainda que “o grande desafio global é percebermos como é que nós, indivíduos, sendo uma sociedade de consumo, estamos todos envolvidos neste processo.”

Todos os intervenientes concordaram que os média têm um papel fundamental na difusão da informação e sensibilização para esta causa. Os média devem “dizer a verdade explicando os acontecimentos para as pessoas partirem para a ação”, refere Mourana Monteiro quando questionada sobre como noticiar este tema. António Pita refere que “a comunicação social veio nos fazer conhecer a tragédia, tragédia essa de que certa forma previne as cheias, previne pessoas desalojadas, previne aquilo que são as ondas de calor e os efeitos das alterações climáticas.”. Embora o tema esteja bastante presente nas notícias, Mariana Gomes sublinhou que “não se sente a urgência de ação” por parte dos media.

No final do debate foi feito um apelo aos jovens para que participem em campanhas de sensibilização para combater as alterações climáticas e que todos nós temos um papel ativo neste combate.

Autores: Catarina Saldanha, Daniela Domingues, Madalena Batista e Miguel Carvalho

Topo