Jornalismo Político no último debate das XXVIII Jornadas da Comunicação

“Jornalismo Político e a imparcialidade nas redações” foi o debate final do último dia da XXVIII edição das Jornadas da Comunicação na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP). O debate foi moderado por André Lucrécio, aluno do 1º ano da licenciatura em Jornalismo e Comunicação, e contou com a presença de José Polainas, técnico superior do IPP, e Ricardo Cabral Fernandes, diretor do jornal digital Setenta e Quatro.

O ponto de partida do debate foi o cenário atual do jornalismo em Portugal, marcado pela precariedade, baixos salários, falta de financiamento e de tempo, bem como a instabilidade mental e emocional dos profissionais deste setor. Devido a estas dificuldades vividas na profissão, Ricardo Fernandes, em tom de crítica, afirmou que “as narrativas passam a ser hegemónicas, repetem-se e isso mata a diversidade jornalística”.

“Estamos em crise desde o tempo do D. Afonso Henriques” referiu José Polainas. O técnico superior do IPP explicou que ao longo de toda a nossa história, enfrentámos crises e tempos difíceis nos diversos campos, sejam relacionados com questões sociais, políticas, económicas, assim como, no ramo jornalístico.

Outro ponto colocado durante o debate foi as características que um jornalista político deve possuir. Os dois oradores apontaram aspetos como a curiosidade e a resiliência. Ricardo Fernandes reforçou a importância dos valores, de conhecer e respeitar o código deontológico, bem como a empatia com o outro e com a comunidade.

No final do debate, em resposta a questões colocadas pelo JC Online, José Polainas destacou que “é importante e essencial a existência de uma relação entre a democracia e o jornalismo” afirmando ainda que “esta relação se construi através de um jornalismo isento, não demagógico, concreto e assertivo”. O técnico superior do IPP realça que este tipo de jornalismo depende também dos futuros profissionais. Questionado sobre qual o conselho daria aos jovens jornalistas, este ressalta que é necessário olhar não só para o presente, como também para o passado. Só assim, é possível olhar e compreender o mundo ao nosso redor.

Ainda sobre esta questão, Ricardo Fernandes, aponta que é necessária uma cultura geral, não apenas centrada numa área do conhecimento específica, mas sim “conseguirem o máximo de visão possível do mundo”.

 

Autores: Daniela Pereira, Inês Conceição, Daniel Fernandes, Catarina Novo, Emmily Gomes, Bianca Semedo e Deniz Degerli

Topo