Uma tarde de memórias

Vítor Mota, repórter fotográfico do grupo Cofina há 20 anos, partilhou, na tarde do dia 16, a sua experiência com os alunos de jornalismo e comunicação, num workshop inserido nas XXVI Jornadas da Comunicação, cujas fotografias serviram de mote à sua apresentação, mostrando como é estar do outro lado da objetiva.

O convidado referiu momentos marcantes da sua carreira e destacou o trabalho realizado na catástrofe na ilha da Madeira, a 22 de fevereiro de 2010, que lhe ficou na memória. As buscas, o socorro às pessoas e ter de conviver com as famílias que perderam tudo foi difícil, “mas faz parte do trabalho”, como afirmou. O cuidado com o que se regista e com o que se publica foi mencionado pelo fotojornalista. A palavra empatia foi a mais usada, dizendo ainda que “a nossa função não é mostrar a tragédia, mas mostrar como a sociedade está”.

O incêndio de Pedrógão Grande, em junho de 2017, foi outro dos momentos que marcou a sua vida profissional. Os dias no terreno foram “violentos”, mas apesar disso a sua preocupação foi documentar fotograficamente as histórias de quem combatia os incêndios, mencionando que quando editava sentia um “murro no estômago”.

Ainda nos casos que experienciou ao longo da sua vida profissional, destaca-se o assalto ao Banco Espírito Santo (BES) surgiu de forma peculiar, contou-nos que registou o momento na varanda do 5º andar de um senhor que recebeu cerca de 15 fotojornalistas no seu domicílio. Ter olho para o momento é chave para a profissão, por exemplo, numa das fotografias que exibiu, um tiroteio, não tinha luz para trabalhar, então esperou um carro passar, e com os faróis conseguiu registar o momento.

O fotojornalista é também ex-aluno da licenciatura de Jornalismo e Comunicação e no seu tempo contribuiu para as jornadas da comunicação, entre 2003 e 2004.

 

Autores: Mariana Pinho e Tiago Neves

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