Falta programa coordenado para combate à violência sobre adultos

O combate à violência em adultos não tem qualquer programa coordenado, apesar dos números apresentados mostrarem evidência de agressões. Fernanda Marreiros, coordenadora regional das equipas para a prevenção da violência em adultos, refere que todos os trabalhos que fazem para o combate da violência e acompanhamento das vítimas, tratam-se apenas de “ações de formação”. Não existe, ainda, um programa. “Estamos em reuniões para tornar estas ações um programa. Porque consideramos que sendo uma ação, não tem peso”, acrescenta.  Só no Alentejo estão sinalizados 235 casos de violência sobre o género feminino e 62 contra o género masculino.

A título de explicação, a coordenadora, adianta que as formações iniciais são feitas por uma equipa de cinco coordenadores nacionais da Área Regional de Saúde (ARS), para que os conteúdos sejam uniformes. As formações avançadas visam sensibilizar em relação à comunidade LGBT, trafico humano, violência nas relações íntimas, desigualdades, e muitas outras. “É urgente valorizar a necessidade de reflexão sobre a área de intervenção do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, conclui Fernanda Marreiros.

Marta Pereira, da Equipa para a Prevenção da Violência de Adultos (EPVA), reforça que “a violência doméstica é um crime público e que qualquer um pode sinalizar estes casos”. No entanto, alerta: “Tem de se ter cuidado com o estado da vítima para não a expor em demasia.” Todo o acompanhamento feito pela EPVA tem sempre como objetivo “fazer o melhor em prol da vítima”.

Segundo Marta Pereira, o papel do Assistente Social é “avaliar a vítima e a sua família, tendo em conta todos os fatores de risco”.

Autores: Beatriz Santos, Maria Bôto e Marilyne Da Costa

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