31ª Baja Portalegre marcada por um dos terrenos mais duros de todas as edições

Para além dos normais obstáculos apresentados todos os anos, a 31ª edição da Baja Portalegre ficou marcada pela extrema dureza do terreno e condições meteorológicas adversas para a modalidade.

Com um final de outubro muito quente, as temperaturas superiores a 28ºC tornaram o terreno muito duro, o que dificultou o trabalho dos pilotos.

 

 

Também o vencedor, Ricardo Porém, sentiu dificuldades no terreno. “Foi uma corrida muita dura. Pistas muito abrasivas, tive que fazer uma grande gestão seja de pneus, seja da mecânica.”

Nuno Matos, piloto portalegrense, afirma que a prova até ao Crato foi realizada com muito sofrimento. “Portalegre tão bonito, pistas tão boas, e nós temos de vir aqui a sofrer uns atrás dos outros,” desabafou.

No mesmo sentido, Rui Sousa, referiu que “o piso está muito duro, é preciso rolar com muito cuidado, com muita atenção. A pista está deveras dura nas zonas intermédias.”

A prova contou com mais de 450 participantes, muitos deles internacionais, e com uma vasta experiência em Bajas de todo o mundo. Os pilotos que vieram do estrangeiro também sentiram as condições da pista. “Não sei como chegámos ao final”, disse o chileno, Boris Garafulic, relativamente ao desgaste mecânico que as condições do terreno provocaram nos carros.

 

Milhares de espectadores acompanharam o percurso

 

Como já é habitual ao longo de 31 anos consecutivos, a cidade de Portalegre é invadida por visitantes e pilotos para a prova rainha de todo o terreno. A edição deste ano contou com mais de 450 participantes divididos pelas categorias automóvel, moto, Quads e SSV.

Para além de espectadores do distrito, a Baja recebeu visitantes de vários pontos do país. “Para quem é de cá isto é um ambiente único. Os portalegrenses têm a noção que isto acontece uma vez por ano, mas é vivido com uma intensidade que não há grande explicação. Só vivenciando e estando aqui é que se percebe o que é verdadeiramente a Baja. Para quem vive isto há muito tempo, é muito mais do que uma prova,” explica Ricardo Batista do grupo “Caminetas da Penha”. Tiago Póvoas, também membro do grupo, acrescenta que “estamos aqui desde as 7h da manhã e é para continuar até que termine, até que chegue o último carro.”

Muitos são aqueles que aguardam horas pela chegada do primeiro classificado, mas também do último. Este ano a prova terminou com a vitória de Ricardo Porém, tetra vencedor da Baja Portalegre 500. O piloto afirmou que se sente “muito satisfeito.”

“É a quarta consecutiva, chegar ao tetra é um orgulho. Nunca ninguém tinha feito o tri muito menos o tetra. Estou muito feliz, e neste momento há poucas palavras que consigam expressar isso,” referiu Ricardo Porém.

Apesar de todas as adversidades sentidas nesta edição da prova e após algumas desistências por parte de alguns participantes, Ricardo Porém deixa uma mensagem para os pilotos que não concluíram a Baja: “Para o ano venham cá, e vamos fazer uma nova luta. É pena terem desistido, quantos mais melhor até ao fim. Mas quem faz a melhor gestão e quem consegue impor melhor ritmo de corrida acaba por vencer.”

 

 

Texto, fotos e vídeo: Carla Cordeiro

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