Leitores preferem notícias locais na Internet

Tal como acontece com o consumo de notícias a nível nacional, também a informação local é cada vez mais consumida nas plataformas digitais e na Internet. O JC.Online lançou o desafio aos residentes em Portalegre e constatou que dos 100 inquiridos, 68 prefere saber o que se passa na cidade e na região através da Internet.

João Pereira, aluno de Serviço Social na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) e residente em Portalegre, é um dos que prefere consultar as notícias locais na Internet. “Mais acessibilidade e facilidade em encontrar notícias mais atualizadas”, aponta o estudante que afirma que não vale a pena comprar um jornal, sabendo que “as notícias podem ser encontradas nos sites dos próprios órgãos de comunicação social, notícias estas que saem mais rapidamente até do que a versão em papel”.

Maria Nogueira é jornalista no jornal Fonte Nova e licenciada em Jornalismo e Comunicação na ESECS e neste momento está a frequentar o mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura na mesma instituição. Confessa que prefere a informação em papel. Como está a trabalhar no Fonte Nova, tem o jornal gratuitamente e ainda recebe exemplares de outros jornais, tendo grande contacto com o meio impresso.

Mas, apesar disso, a jornalista afirma que sempre aderiu ao meio impresso porque adora ler livros e jornais em papel. Quando questionada sobre os pontos menos favoráveis das noticias online Maria Nogueira diz que “o maior problema do online é mesmo o facto de teres de pagar para ter acesso a alguma informação. Nós fomos habituados a ter toda a informação de borla e não sei até que ponto as pessoas estão realmente dispostas a assinar a versão online dos jornais. Para isso, compram em papel.” A jornalista considera ainda que o online acaba por excluir alguns leitores: “Por exemplo, os meus pais não veem notícias online, só em papel”.

O online em Portalegre

Portalegre conta com dois meios de comunicação impressos: o Jornal Fonte Nova e o Jornal Alto Alentejo. Ambos têm site, mas nenhum deles cobra dinheiro para aceder às notícias online.

O Fonte Nova é, atualmente, o jornal mais antigo da cidade. Foi fundado a 10 de outubro de 1984 e cobre notícias sobre todo o distrito de Portalegre. Segundo Aurélio Bravo, fundador e ex-diretor do Fonte Nova, o jornal chegou a ter mais de um milhar de assinantes por Portugal inteiro e até em várias regiões do mundo.

Manuela Lã Branca, jornalista no Fonte Nova, afirma que o jornal distribui 12 mil exemplares por mês, num total de 3 mil por cada edição semanal. Cerca de 1500 são apenas para a cidade de Portalegre e os restantes são distribuídos pela gráfica do jornal. Nem todos os jornais são vendidos semanalmente, como explica a jornalista. “As sobras variam muito, consoante o destaque da primeira página. Nunca há um número certo”.

Apesar de o jornal conseguir manter o número de vendas, Aurélio Bravo crê que a internet veio complicar o jornalismo tanto em Portalegre, como em todo o mundo e afirma que na próxima geração, os jornais irão extinguir-se.

O Alto Alentejo é o jornal mais recente de Portalegre. Foi fundado em 2007, mas os seus princípios não fogem muito aos do jornal Fonte Nova. Ambos pretendem manter os habitantes de Portalegre informados, cobrindo informação sobre todo o distrito.  O site do jornal informa-nos que a sua tiragem é de 2000 exemplares, mas o JC online não conseguiu entrar em contacto com o jornal para obter o número de vendas e de sobras.

 

Autor: Sara Medeiros

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