Os jornalistas também sentem dor: a saúde mental em debate nas Jornadas da Comunicação

“O equilíbrio do (in)consciente” foi o tema principal do debate da tarde do primeiro dia da XXVII edição das Jornadas da Comunicação, que decorreu no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, onde foi abordada a importância de discutir as questões da saúde mental na profissão de jornalista.

O debate iniciou-se às 14h30, com moderação de Ana Perna, aluna do 2º ano do curso de Jornalismo e Comunicação, e teve como convidados Ana Serra, psicóloga, Rodrigo Morais coordenador do mestrado de design e publicidade, Margarida Cardoso jornalista que frequenta a licenciatura de psicologia, Nuno Ferreira e João Porfírio, fotojornalistas.

Um dos temas principais abordados na discussão foi a preparação emocional que um jornalista tem de ter para o exercício da sua profissão. João Porfírio referiu que o jornalista em situação de guerra precisa de fazer um trabalho mais frio e partilhou a sua experiência vivida na Ucrânia no âmbito do no conflito em curso. O fotojornalista, quando questionado sobre essa condição, respondeu que não foi fácil e sublinha que é muito difícil de responder a essa pergunta “porque nós nunca sabemos o que vai acontecer quando vamos acordar”. Acrescentou que é acompanhado há algum tempo por profissionais que o ajudam “a fazer um trabalho mais frio”. A reforçar a mesma a ideia, também o fotojornalista Nuno Ferreira afirmou que o jornalista tem que ser o mais objetivo possível mesmo existindo situações chocantes.

Outro tema abordado foi as redes sociais, já que desempenham na sociedade uma grande influência na vida das pessoas. Como afirmou a psicóloga Ana Serra, “vejo o copo meio cheio e o copo meio vazio. […] Aquilo que eu sinto é que as redes sociais podem ter um impacto positivo nos estudantes e, neste caso, nos estudantes do ensino superior, aqui o truque […] passa por saber dosear o uso das redes sociais.”

No final, os intervenientes realçaram que todos devemos valorizar a saúde mental e que pelo menos uma vez na vida devíamos ser consultados por um profissional. Consideraram também a importância que atualmente os media dão cada vez mais aos tópicos relacionados com a saúde mental, o que é um fator muito positivo.

 

Autoras: Márcia Manteiga, Filipa Dias e Madalena Barreiros

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