Os Verdes contestam construção de hotel na Robinson

O Partido Ecologista “Os Verdes” está contra a construção de um hotel nas antigas instalações da fábrica Robinson, em Portalegre, e por isso colocou pela cidade um conjunto de cartazes contestando esse projeto.

O espaço onde funcionou a antiga fábrica de rolhas de cortiça está desocupado desde 2009 e ocupa uma área de sete hectares. A câmara de Portalegre tem um projeto que passa pela construção de um hotel que ocuparia um dos hectares de toda a área.

João Cardoso, presidente do Conselho Diretivo da Fundação Robinson, explica que há intenção de inserir a Robinson no REVIVE, um programa que consiste no investimento privado para desenvolver projetos turísticos. O também vice-presidente da Câmara de Portalegre explica que o projeto vai representar uma mais-valia para a cidade.

Quem não concorda com a ideia é o PEV, como é visível nos cartazes que colocou em vários pontos de Portalegre e onde se lê: “Não ao roubo! A Fábrica Robinson é do Povo! Museu sim! Hotel não!”.

Manuela Cunha, dirigente do PEV, considera que esta construção na Robinson não deve ser prioritária. Afirma que “a Câmara inverte o processo. Começa a casa pelo telhado”. Para a dirigente, não é apenas importante preservar as 700 máquinas da antiga fábrica, mas também o valor imaterial que a mesma tem para todos os habitantes de Portalegre que estão, de alguma forma, ligados a ela. Explica que a antiga fábrica é uma memória para muitas destas pessoas.

A dirigente do PEV considera que se for ali construído um hotel, isso irá afastar as pessoas de Portalegre daquele espaço.

Manuela Cunha relembra que o partido não se opõe à construção de outros edifícios com outras funcionalidades naquele local, mas que primeiro é necessário conservar o que está abandonado com a criação de um museu. O PEV pretende que esse museu seja algo interativo. Um lugar onde seria possível, para quem o visitasse, voltar a produzir cortiça. Manuela Cunha afirma que com a construção de um hotel, ainda que fossem restauradas algumas máquinas, ninguém poderia ter uma experiência que levasse a conhecer a indústria e acrescenta: “um hotel qualquer terra pode oferecer”.

Para a dirigente do PEV, não haveria problema se o projeto do hotel fosse para o Convento de São Francisco, o edifício mesmo ao lado da Robinson. No entanto, esta possibilidade não está em cima da mesa, de acordo com João Cardoso, da Fundação Robinson.

Apesar de ainda não haver um acordo para o início dos trabalhos, João Cardoso garante que é para avançar e que a demora só “depende das pedras que nos puserem no caminho”.

Autor: Beatriz Santos

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