Marc Ribot marcou edição do Portalegre Jazz Fest

Marc Ribot foi a principal atração da edição deste ano do Portalegre Jazz Fest que decorreu entre os dias 2 e 4 de maio e que contou, para além do músico norte-americano, com atuações de músicos de vários países e sessões de improviso.

O concerto de Marc Ribot teve lugar logo no primeiro dia. A atuação ficou marcada pelas poucas palavras do músico americano, num registo mais intimista e contemplativo. Ainda assim, houve espaço para um curto diálogo com a plateia, referindo que iria “tocar músicas de alguns dos grandes nomes do jazz, como John Coltrane e Dave Brubeck”. Referiu ainda que, por não saber o que dizer, não as iria apresentar uma a uma, como costuma acontecer.

Acompanhado pela sua guitarra acústica, de cabeça baixa, com poucas palavras, Marc Ribot atuou pouco mais de uma hora e meia, tempo suficiente para lhe valer uma ovação em pé, no final do concerto. Ainda assim, a opinião era consensual: foi um concerto que alguns vão levar na memória.

Entre o final do concerto do músico norte-americano e o seguinte, no espaço café-concerto do CAEP, os visitantes tiveram a oportunidade de provar produtos regionais, na mostra gastronómica e de ver a oferta da feira do disco, organizada pela editora portuguesa Clean Feed.

Na edição deste ano, atuou também Sudoku Killer, liderados por Caterina Palazzi, que volta ao CAEP, depois de 2017. Já no espaço café-concerto, a adesão manteve-se bastante elevada e, ainda que num formato mais simples, o grupo italiano mostrou, desde logo, que o registo ia ser diferente do concerto anterior. Se, com Marc Ribot, houve espaço para o silêncio, com o grupo italiano isso não aconteceu. A guitarra acústica deu lugar ao som da guitarra elétrica, à bateria, ao contrabaixo e ao saxofone, passou a haver mais improviso, e o público aderiu, tal como já tinha acontecido com o concerto anterior.

No segundo dia do festival, o concerto de maior destaque ficou a cargo de Hedvig Mollestad e o seu trio, vindos da Noruega, juntamente com mais uma atuação – a segunda em dois dias – de Sudoku Killer, a banda da contrabaixista Caterina Palazzi. Já no último dia, houve lugar à atuação do conjunto Hearth, composto por artistas da Eslovénia, Dinamarca, Argentina e Portugal. Também neste última dia houve espaço para o músico português Carlos Bica apresentar o seu novo projeto.

Para além dos concertos, o espírito de improviso e de imprevisibilidade foi outro dos pontos altos da edição deste ano do Portalegre Jazz Fest. Munidos com uma guitarra, um teclado, percussão, baixo e alguns instrumentos de sopro, os músicos deram início à 16.ª edição do festival. Para Joaquim Ribeiro, da organização, o improviso “acaba por ser um espaço de aquecimento e preparação para os concertos”, que decorrem no Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre (CAEP).

Segundo Joaquim Ribeiro: “para o próximo ano, a expectativa é de continuação do festival neste formato de um fim-de-semana” acrescentando, ainda, que a organização espera “aumentar o envolvimento de municípios vizinhos a participar na programação do Portalegre Jazz Fest.”

 

Autor: Rui Godinho

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