O principal tema, do segundo dia da XXVII edição das Jornadas da Comunicação, foi a discriminação nos média. O auditório da Escola Superior de Ciências Sociais (ESECS) contou com vários convidados para debater o tópico.

Aysel Centikaya, professora em Kocaeli University, iniciou o encontro e apresentou o seu estudo em torno dos discursos de ódio e discriminação nas redes sociais na Turquia, que lançou pistas de reflexão para o debate que se seguiu.

A discussão contou com a participação de Hugo Alcântara, jornalista da SIC, Inês Tavares, investigadora, e Sofia Dinis, produtora de conteúdos. Teve a moderação de Laura Miranda e a intervenção de Calvino Brum, ambos alunos de 1º ano de Jornalismo e Comunicação.

Alguns dos assuntos abordados foram a responsabilidade que os média têm na reprodução de estereótipos, o papel das redes sociais na disseminação de notícias falsas, o sensacionalismo nas notícias e o que pode ser feito para reduzir a discriminação nos média.

Quando questionada sobre em que ocasiões esta problemática está presente, Inês Tavares respondeu, em jeito de reflexão, “Que tipo de imagens é que se associa quando se fala de bons resultados escolares? Que tipo de imagens vemos quando se fala de bairros sociais? […] isso pode ser uma forma discriminação. A abordagem dos média ilustra determinadas realidades, que na verdade, são construções sociais que existem nas pessoas.” Hugo Alcântara concorda com esta ideia, mas sublinha o facto de ser fundamental falar sobre as minorias com verdade porque “ser integrante de uma minoria não significa que esta não exista (…) eu sendo português, estando em determinada parte do mundo, posso integrar uma minoria.”

Hugo Alcântara, nesse âmbito, afirmou que procura não ferir suscetibilidades ainda que se sinta responsável por mencionar todas as minorias.

A discriminação que se vive nos média é uma representação da sociedade em que todos vivemos.

Autoras: Catarina Seabra, Catarina Saldanha, Daniela Domingues, Juliana Pimenta, Madalena Batista e Marta Marques