Durante a tarde da passada sexta-feira, dia 27, decorreu no auditório da Câmara Municipal de Portalegre o 10° encontro de Bancos Alimentares Contra a Fome. A abertura do evento contou a presença de Antônio Ventura, Presidente do Banco Alimentar de Portalegre, Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Adelaide Teixeira, Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, João Nuno, Vereador da Câmara de Portalegre, entre outros.  Realizou-se ainda uma pequena apresentação da rede do banco alimentar (BA) em Portugal

Com vinte e seis anos desde a sua criação, o Banco Alimentar tem vindo a crescer de norte a sul do país, sendo hoje em dia vinte e um os bancos que tanto se preocupam para chegar à mesa dos 420 mil portugueses carenciados.

Várias foram as pessoas, de diversos bancos alimentares de todo o país, que quiseram marcar presença neste evento para ouvir algumas palavras daqueles que tanto fazem pelo Banco Alimentar, como pela capital de distrito.

Isabel Jonet começou por afirmar à Conferência de Imprensa que “Portalegre foi uma ótima opção para este que é o 10° encontro”, acrescenta ainda que Portalegre faz parte dos ” vinte e um Bancos Alimentares que se unem por uma missão muito importante”.

Adelaide Teixeira, sente uma profunda dor por ser necessário a existência destas fundações, uma vez que toda a população tem o direito à alimentação, mas, no entanto, nem toda tem dinheiro para poder usufruir dela.

“Mobilizar a comunidade e incentivar a doação de alimentos e de donativos” é um dos grandes objetivos do Banco Alimentar, e este” não seria possível sem as parcerias, desde as empresas, às instituições, a todas as pessoas que nos ajudam”, afirma Isabel Jonet.

“Entranhar Portalegre” foi o tema da Conferência de António Ventura, historiador que revela conhecer bem a sua cidade e destaca ainda vários pontos durante o século XIX, desde a criação da Cooperativa de Consumo, que servia sobretudo para fabricar pão para a população residente, às feiras fracas que eram realizadas três vezes por ano. “A alma do Homem é o que dá corpo a esta nobre causa” foi uma das frases mais marcantes de António Ventura.

O número de Instituições tem vindo a aumentar assim como a responsabilidade de cada Banco Alimentar na sua área de atuação.

A Campanha Saco representa ainda mais de 80% das três modalidades de campanha, no entanto tem vindo a ter uma grande diminuição, ao contrário da campanha online que tem registado um aumento bastante significativo, e a Ajuda Vale tem-se mantido com os mesmos valores. “As campanhas de recolha são bastante importantes e é pena serem apenas duas vezes por ano” afirma Adelaide Teixeira.

O Banco Alimentar não se encontra somente em Portugal, mas também no resto da Europa, em 23 países com cerca de 290 Bancos.

Muitos são aqueles que se deslocam até ao Banco Alimentar para poderem ter a sua refeição garantida. Isabel revelou à Conferência de Imprensa que “infelizmente a pobreza não tem vindo a diminuir, temos de ter noção que em Portugal 1 milhão de pessoas vive com menos de 200€ anos por mês e 2 milhões com menos de 420€ por mês”.

“Juntos somos mais fortes” é o lema deste que é uma das instituições que mais alimenta os portugueses mais necessitados.

Autor: Verónica Hilário