“As oportunidades na área do jornalismo desportivo não são fáceis, mas é uma área que está em crescimento” disse Patrícia Tadeia, jornalista da Bola TV, no âmbito do Seminário Media e Sociedade dedicado ao Jornalismo no Feminino, realizado na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Portalegre, no passado dia 7 de dezembro e que contou ainda com Mary Caiado, jornalista de desporto da TVI 24.

No decorrer da sessão, foram colocadas diversas questões acerca do jornalismo desportivo que é ainda considerada uma área “para homens”. Uma das questões levantadas pela assistência teve a ver com eventuais situações de assédio que as jornalistas tenham sentido no local de trabalho. Patrícia Tadeia disse que nunca tinha sentido qualquer abuso durante o seu trabalho, excepto diversos piropos que por vezes são lançados mas, como referiu a própria, ignoram-se. A jornalista admitiu que sempre gostou de desporto, mas que não procurou o jornalismo desportivo. “Foi o jornalismo desportivo que me encontrou”.

Para a jornalista da Bola TV, que já passou por outros meios de comunicação, na televisão trabalha-se mais. ”Em televisão não há tanto tempo para se falar de tudo, por exemplo quando fazia imprensa no Record e quando fazia o campeonato mundial de surf, tinha tempo para falar do Tiago Pires e ainda tinha tempo de fazer entrevistas ao Mick Fanning ou ao Kelly Slater. Em televisão, temos de mostrar aquilo que as pessoas querem ver e como não é o desporto rei, as pessoas não se interessam de quem é o Mick ou o Kelly”.

Mary Caiado, uma das fundadoras do canal Bola TV e atual jornalista da TVI 24, diz que o jornalismo desportivo “é uma paixão”. “Foi uma escolha desde que saí da faculdade, sempre gostei não só de futebol, mas também de outras modalidades. ”A jornalista alerta todos aqueles que quiserem seguir esta área para o facto de os horários serem muito alargados e reforça a ideia de que o trabalho é muito importante para se chegar longe.

No final, ambas reforçaram a ideia de que o jornalismo desportivo é uma área difícil de se entrar mas que continua a ter bastante público.

Autor: Rafael Domingues