O futuro da investigação no jornalismo

As Jornadas da Comunicação encerraram o segundo dia da sua XXI edição com um debate centrado no jornalismo de investigação.

Micael Pereira, João Ricardo de Vasconcelos e Luís Rosa, jornalistas do Expresso, RTP e Observador, respetivamente, foram convidados a fazer parte de um painel moderado por Soraia Nóbrega onde se discutiram, sobretudo, as dificuldades e constrangimentos que se têm sentido no jornalismo de investigação.

Retenção de custos na produção de conteúdos, nas redações portuguesas, foi a principal causa apresentada para o decréscimo do jornalismo de investigação. Micael Pereira referiu que o “problema base é o modelo de negócio atual”.

Outro dos assuntos abordados foi a transição do jornalismo para o meio digital, fenómeno que trouxe mais audiências aos meios de Comunicação Social. Na visão de Luís Rosa, “nunca tivemos tanto consumo de informação. Chegamos a muito mais pessoas do que antes”.

“Os média vivem obcecados em bombardear as pessoas”. Para Micael Pereira, esta é a solução que os órgãos de Comunicação Social encontraram para combater a carência de conteúdos de jornalismo de investigação. Da mesma forma, o jornalista acrescentou que o bombardeamento de informação ajuda o jornalismo de investigação pois existe a necessidade de confirmar se as informações são verídicas.

“Com o jornalismo de investigação os casos que marcam a atualidade podem ser aprofundados e contextualizados. Por exemplo os casos Sócrates, Panáma Papers, BES, BPN, são alguns dos exemplos que nos últimos três anos marcam a história do jornalismo de investigação em Portugal” adiantou Nuno Fernandes, Professor da Escola Superior de Educação e Ciências sociais.

Os jornalistas frisaram, ainda, que o modelo jornalístico português atual não é viável, e por isso é necessário procurar uma solução que seja sustentável a longo prazo.

 

Autores: Fábio Duarte, Maria Nogueira e Pedro Luís Silva

Topo