O grupo de apoio de Portalegre (GAP) vai associar-se no domingo ao movimento “Novembro Azul”, mês da luta contra o cancro da próstata e do testículo, com o objetivo de consciencializar os portalegrenses sobre este tumor que mata anualmente mais de 1800 homens e que em 2017 matou 25 portalegrenses.

O “Passeio Azul”, assim se chama a iniciativa, vai contar com a participação do grupo de motards da região que procura sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce do Cancro da Próstata. À semelhança do que acontece no “Outubro Rosa”, mês do cancro da mama, a cidade de Portalegre tem brilhado de azul todas as noites, com as luzes da câmara municipal que aderiu à iniciativa. Esta onda de cor irá passar por vários pontos específicos da cidade como o  Atalaião, jardim do Tarro, Assentos e, por fim, Urra, na Igreja Matriz de S. Tiago onde decorrerá a Bênção dos Capacetes. 

 

Cristina Bruno, coordenadora e voluntária do GAP, afirma que as expetativas estão altas para o evento de domingo, e que esta concentração de voluntários costuma ser muito agradável, além de reunir muitos portalegrenses por uma causa de força maior.

“Eu digo sempre o mesmo, se cada um de nós partilhar com cinco pessoas que nós existimos, e o que é que nós fazemos em prol do doente oncológico já é muito bom.” (ouvir áudio).

Neste sentido, a associação tem feito durante as semanas do mês de novembro todos os preparativos para o movimento que irá decorrer no fim-de-semana. As escolas de ensino primário mobilizaram as crianças dos 7 aos 10 anos para pintar as t-shirts azuis que os voluntários vão utilizar. Esta onda de consciencialização conta com a participação de várias faixas etárias. Os kits de voluntário podem ser levantados na sede da Liga Portuguesa Contra o Cancro. O ponto de encontro será junto à câmara municipal, pelas 9:00 da manhã de domingo.

 

De acordo com os dados estatísticos dos Censos 2021, a cidade de Portalegre tem aproximadamente 50.000 homens residentes. Deste modo, para a região do Alto Alentejo é uma considerável amostra que necessita ser consciencializada para o perigo desta doença oncológica. Esta região do país, continua caracterizada pela sua população maioritariamente envelhecida e com baixa formação, sendo a última taxa conhecida de cerca de 10% de população analfabeta. De acordo com os dados do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), do ano de 2017, existiram no Alto Alentejo pouco mais de 25 mortes por Cancro da Próstata. 

O Grupo de Apoio de Portalegre (GAP) pertencente ao Núcleo da Região Sul organizou outras iniciativas de foro informativo sobre o cancro da próstata, como palestras de consciencialização com intenção de oferecer a todos os portalegrenses os conhecimentos necessários sobre a importância da adesão aos rastreios precoces. Luís Leitão de 22 anos, residente em Portalegre esteve presente na palestra do passado dia 20 de novembro, que decorreu no Museu da Tapeçaria e considera positivo este tipo de iniciativas.

“Acho que é algo que toda a gente devia experienciar, uma vez que é algo que pode afetar não só os homens, como nas mulheres indiretamente os seus familiares e amigos e é algo que é muito importante termos consciência. Nos últimos anos tem havido menos vergonha por parte do sexo masculino em pedir ajuda, mas ainda é um grande tabu na nossa sociedade, especialmente em faixas etárias mais velhas com toda a questão dos estereótipos e tudo o que é se ensinado em casa na questão da educação mais antiga”, afirma Luís Leitão.