A comunicação nos festivais de música

O debate que fechou o primeiro dia de jornadas sobre a importância da comunicação nos festivais de música, contou com a participação de Bernardo Miranda, CEO da Bridgetown; Ana Camilo, consultora da Soundsgood e com Plutónio, músico, representado pela Bridgetown.

Ana Camilo afirmou que para se ser um bom profissional, nesta área, a principal meta é apresentar o artista corretamente, vender o seu trabalho e conseguir bons concertos.
Bernardo Miranda acrescentou que gerir a carreira de um artista é um trabalho de comunicação. Para os oradores a maior dificuldade passa muito por contornar o monopólio das grandes promotoras.

Ana Camilo confessou que o booking não é apenas organização de eventos. Grande parte da sua experiência deveu-se ao trabalho, pois o curso de Marketing prepara para vender um produto, mas não para vender uma pessoa.
Bernardo Miranda acrescentou que uma das suas maiores adversidades foi constatar que a indústria está “destruída” e que tem “vícios horríveis”. Finalizou, referindo que lentamente esta realidade está a ser modificada, mas que, infelizmente, as grandes promotoras ainda têm um grande peso e são as principais controladoras do mercado.

Bernardo fez uma breve referência ao facto de alguns artistas ainda não terem espaço no meio. Chamou-lhe “racismo inconsciente, pois por vezes artistas negros têm muitas visualizações, mas não são convidados para apresentar o disco a uma rádio”, ou em festivais. E frisa que nem sempre os artistas mais ouvidos e que têm mais êxito, são aqueles a que a indústria dá mais crédito e oportunidades.
Perante esta realidade, Plutónio acrescentou que, enquanto artista, tem de provar o seu valor constantemente, mas que nunca pensou em desistir da música.

O debate encerrou com a referência ao facto de as marcas continuarem a dar mais atenção à quantidade e não à qualidade, tornando assim bastante visível que é a vertente comercial a que mais interessa.

 

Autores: Ana Bruno e Maria Bôto

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