Papelarias de Portalegre sofrem com a crise do papel

Os proprietários das papelarias em Portalegre queixam-se da quebra de vendas dos jornais e revistas nos seus estabelecimentos, como resultado da diminuição do consumo dos meios impressos ao longo dos últimos anos.

Carlos Santos, um dos proprietários da “100% Papel”, queixa-se de um negócio que outrora foi rentável, mas que atualmente se tornou apenas numa despesa.

“A crise económica que estamos a viver tem roubado o poder de compra às pessoas e isso traduz-se no número de vendas que vamos tendo atualmente. Pessoas que antes compravam jornais diariamente, deixaram de o fazer”, conta Carlos Santos.

Embora as vendas tenham diminuído nestes últimos anos, Leonor Artur, proprietária da “100% Papel”, diz que o Correio da Manhã continua a ser o jornal mais vendido, ultrapassando as vendas dos jornais desportivos.

Situação semelhante é vivida na papelaria “Tavares”, onde o Correio da Manhã é também o periódico mais vendido. “O Correio da Manhã é o jornal onde se regista mais vendas, seguido pelos jornais desportivos. O Correio da Manhã é comprado pelas pessoas de mais idade, e os desportivos pelo pessoal mais novo, mas é muito raro”, confessa Lourenço Rafael, proprietário da “Tavares”.

Ainda que o panorama já se encontre em mudança ao longo dos tempos, estes comerciantes locais queixam-se de que o surgimento das grandes superfícies lhes rouba os poucos clientes que ainda vão tendo.

Para João Mourato, dono da papelaria “Arco-Íris”, o surgimento da internet condenou a venda de jornais aos mais novos, assim como a leitura de livros. Ainda que o funcionamento do seu negócio não dependa totalmente da venda de jornais e revistas, os números são bastante inferiores aos verificados em anos anteriores.

Mesmo assim, ainda há momentos que levam a um aumento de vendas de uma determinada revista ou jornal, como aconteceu recentemente com a visita dos reis de Espanha a Portugal, que fizeram com que as revistas de sociedade disparassem as vendas.

 

Autor: Rute Azevedo

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