População sénior de Portalegre já tem Universidade

A Escola Silvina Candeias acolheu mais um projecto, desta vez dedicado à população sénior de Portalegre. O inglês e o pilates fazem parte da lista de disciplinas pensadas para aqueles que querem trabalhar o intelecto e o corpo.

Desde o início de Outubro que a Escola Silvina Candeias acolhe os mais de 20 alunos envolvidos no projecto filiado e reconhecido pela Rede Nacional de Universidades da 3ª Idade (RUTIS).

A abertura da Universidade Sénior de Portalegre veio preencher uma lacuna nas necessidades ocupacionais da população com idade superior aos 50 anos num dos distritos mais envelhecidos do país. A interacção e a aprendizagem são os pontos de referência da Universidade Sénior de Portalegre, que aposta numa diversidade de disciplinas como psicologia, inglês, pilates, dança, pintura ou hdroginástica. As áreas de interesse variam de acordo com os alunos, sendo que as aulas teóricas têm registado uma procura superior às expectativas iniciais.

De acordo com Ana Paula Candeias, coordenadora do projecto, “é perceptível a vontade e a necessidade de aprendizagem destas pessoas que lutam pela adaptação a uma sociedade onde a aquisição de novos conhecimentos é cada vez mais importante”.

Olhar pela saúde

A componente da saúde é outra das apostas do projecto, que além do exercício físico possibilita que os alunos adquiram conhecimentos junto de médicos e enfermeiros que semanalmente prestam cuidados básicos de saúde, nomeadamente no que se refere à medição da diabetes ou da tensão arterial.

A organização de seminários e de passeios ficará a cargo dos alunos, pois “é preciso incutir o dinamismo e valorizar as relações interpessoais, tendo em consideração que as pessoas de idade são um alvo fácil da solidão”, afirma Ana Paula Candeias acrescentando que “a Universidade Sénior é um meio de promover a qualidade de vida dos mais idosos”.

O projecto surgiu no seguimento de uma pesquisa dos modelos adoptados pelas várias Universidades a nível nacional, onde se constatou que “os módulos de organização seriam os ideais para a população sénior do concelho” que não estava inserida em nenhum projecto de aprendizagem contínua.

Com o ano lectivo a começar, as inscrições e a procura de informação têm sido uma constante na Escola Silvina Candeias que deixou de poder acolher novas disciplinas devido à falta de espaço das instalações. Contudo, as novas tecnologias fazem parte dos projectos futuros da Universidade, devido ao interesse suscitado pelos alunos.
O facto da maioria da população inscrita na Universidade contar com formação académica, permite que sejam os próprios alunos a leccionar algumas aulas, contribuindo assim para a troca de experiências e conhecimentos.

“A falta de recursos para novas disciplinas é uma realidade, por isso optámos por serem os alunos a trazer algo de novo para o projecto e consequentemente para a cidade”, sublinha.