Marvão já beneficia da candidatura a Património Mundial

Marvão já beneficia das vantagens de uma candidatura a património mundial, apesar da resposta da UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) chegar apenas em 2005. A vila tem sofrido um processo de valorização cultural e científica, e o turismo tem aumentado ano após ano.

A candidatura de Marvão a Património Mundial foi classificada como oficial este ano, e espera-se que o veredicto final seja apresentado em 2005 pela UNESCO.
No entanto, a própria candidatura já trouxe vantagens e contribui para um processo de valorização cultural e científica da vila. O número de turistas aumenta ano após ano, como em nenhuma outra localidade do distrito de Portalegre, o “que conduz a um desenvolvimento a nível económico-social, a nível da restauração, da hotelaria e do artesanato”, afirma Domingos Bucho, coordenador técnico-científico da candidatura.

Desde 1998, ano da decisão da candidatura de Marvão a Património Mundial, por parte da Câmara Municipal, são vários os projectos implantados e outros que esperam ser concretizados.

O Núcleo Museológico Militar (ver fotografia) foi instalado no castelo e tem como objectivo dar a conhecer um pouco do antigo forte povoado de prisioneiros e guerreiros, Retrata a transição da vila por todas as guerras da Idade Média, da Idade Moderna e da Idade Contemporânea.

A Câmara Velha, edifício camarário e sede de município desde o século XV, período de D.Manuel, apresenta um tribunal antigo, e está parcialmente musealisado.

As festas anuais da Castanha e da Gastronomia, contribuem para levar a Marvão portugueses de todo o território nacional e habitantes do país vizinho.
Turistas que procuram hábitos culinários do norte alentejano e espectáculos culturais.
A implementar dentro em breve, está o projecto de soterrar todos os cabos de electricidade, de telefone e de antenas de televisão.
Quanto à decisão da UNESCO, Domingos Bucho confessa que está “optimista desde o início”, porque Marvão “é singular, e se é singular, merece ser classificado.”

A Origem da Vila de Marvão

A Vila de Marvão, situada no Norte da Serra de São Mamede, ergue-se a uma altitude de 850 metros na Torre do Castelo. A origem do nome da vila fortificada que remonta ao século IX, terá estado na figura de um cavaleiro do Islão, chamado Ibn Maruan. No ano de 1226, D.Sancho II, atribuiu a Marvão o primeiro foral que englobava o território que hoje pertence ao distrito de Portalegre.
Mais tarde, D.Dinis apodera-se da vila, que corria o risco de ser território espanhol, e reforma o castelo.

Forte povoado de prisioneiros e cavaleiros, Marvão foi palco de várias guerras, o que contribuiu para uma queda do número de habitantes ao longo dos séculos. Hoje são 185 e estão empregados na câmara municipal, na restauração e no artesanato.

A arquitectura militar é a predominante da vila, onde existem torriões de secção quadrada ou redonda, características do período da reconquista e que depois do século XVI foram modificadas. A arquitectura gótica também surge em muitas das edificações religiosas da vila, como é o caso da Igreja de Santa Maria, da Igreja de São Tiago e do Convento de Nossa Senhora da Estrela.

Ao nível da arquitectura civil, as casas, ruas e muros utilizam alvenaria de pedra e reboco com argamassa e cal. As frontarias costumam apresentar duas portas no piso térreo e duas janelas no piso superior.