Centro Documental cria projectos na área digital

“Catálogo do Centro Documental Online” e “Biblioteca Digital” são dois novos projectos que vão surgir este ano por iniciativa do Centro Documental da Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP). O objectivo é o de proporcionar à comunidade escolar uma maior rapidez na selecção de livros e o acesso a revistas inglesas e americanas.

O Centro documental da Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP) vai apresentar este ano dois projectos na área do digital, o primeiro dos quais no próximo mês e consiste em colocar o catálogo das referências bibliográficas na Internet.

O segundo, produzido através da Unidade de Inovação e Conhecimento (UNIC), é um projecto a nível nacional e trará aos alunos, docentes e funcionários, a possibilidade de consultarem várias obras estrangeiras, que, por falta de verbas, deixaram de ser recebidas periodicamente.
O “Catálogo do Centro Documental Online” é um projecto elaborado pelos funcionários do centro documental e do centro de informática da ESEP, através de um programa que já é utilizado no IPP e que permite o acesso à base de dados da biblioteca da Escola Superior de Tecnologia e Cestão (ESTG).

Maria José Quarenta, do centro documental da ESEP, diz que “interessa haver uniformidade de critérios para que possamos também cooperar entre escolas” e refere ainda que “não faz muito sentido estarmos a duplicar documentação, principalmente ao nível das escolas que funcionam em Portalegre, e estarmos todos a gastar dinheiro na mesma coisa”.

Com o objectivo de incentivar a leitura, são apresentados os textos e artigos que constituem as publicações periódicas e algumas monografias, já que o título, por vezes, não é suficiente para um determinado documento ser adquirido.

Este programa vai ainda permitir a concepção de estatísticas a vários níveis, já que não existem dados precisos acerca dos livros mais procurados, nem dos cursos que mais requisitam documentos.
Biblioteca Digital é o nome do outro projecto que surgirá até ao final do ano e que pertence à UNIC. Desenvolvido pela Fundação para e Ciência e Computação Nacional (FCCN), este trabalho integra universidades e institutos politécnicos de várias zonas do país, do qual a ESEP também faz parte.

Desta forma, a página do centro documental dará acesso a referências bibliográficas actualizadas e a revistas de universidades internacionais, principalmente inglesas e americanas. Este projecto irá colmatar questões de vária ordem, como a falta de verbas, o espaço físico reduzido e o desaparecimento de livros.

Falta de Verbas

Nos últimos anos as verbas para o Centro Documental diminuíram o que causou o cancelamento da compra de publicações periódicas, bem como de outro género de documentação. Este factor acabou por se traduziu na carência de bibliografia adequada à estrutura de cada curso. No entanto, são os cursos de jornalismo e comunicação e turismo e termalismo os mais afectados, já que foram implantados tardiamente numa escola onde os cursos são, essencialmente, de formação de professores.

Espaço Físico Reduzido

O facto das obras se encontrarem em suporte digital vai poupar espaço físico, que é uma questão bastante problemática desde há vários anos no centro documental, e que se tem vindo a agravar com a cedência de espaço para outro tipo de actividades. Os gabinetes, inicialmente destinados a trabalhos de grupos, estão ocupados pela Universidade Nova, por docentes e pelas obras mais antigas.

Os alunos estão desta forma privados de trabalhar em particular, o que origina barulho e discórdia com os funcionários, e ainda privados de aceder directamente a determinados livros, que acabam por ser arquivados a fim de darem lugar às obras mais actuais.

Desaparecimento de Livros

Com a consulta digital, algumas das obras mais importantes já não correm o risco de desaparecerem do centro documental, ou de ficarem sem algumas páginas pertencentes a capítulos sugeridos pelos professores durante as aulas.

Maria José Quarenta afirma que “tomámos consciência através até de próprios alunos que nos vieram dizer que saíam mochilas pela janela com livros”, o que levou à implantação de novas medidas, como a lacagem das sacadas, a colocação de antenas de alarme e a proibição da utilização de pastas e mochilas, que ficam guardadas em cacifos.