Comerciantes criticam imposto verde

O imposto verde que entra em vigor este ano e que, entre outras coisas, irá incidir sobre os sacos plásticos, está a motivar críticas por parte dos comerciantes de Portalegre que se queixam da falta de informação e que desconhecem como vão aplicar a medida aos clientes.

Luís Lúcio, comerciante há mais de duas décadas, afirma estar mal informado sobre a nova política de sacos de plástico e a informação que sabe é através da comunicação social. Sobre este novo imposto declarou “ser mais um imposto para o pequeno comércio.” O comerciante questionou ainda qual a medida e a forma que tem de adoptar para cobrar o saco ao cliente.

“A solução será mesmo não cobrar directamente ao cliente o saco de plástico, mas sim aumentar o preço de alguns produtos.” A margem de lucro nalguns artigos torna-se tão curta que irá cobrar mais pelo saco do que pelo produto vendido. O lojista ironizou dizendo: “mais vale dizer ao cliente, olhe não compre”.

Rosa Santos é cliente na Rua do Comércio. Há muitos anos que realiza as suas compras nas pequenas mercearias e leva sempre consigo o seu carrinho de compras. “Sabe no meu tempo, vínhamos ao pão com sacos de pano, isto [sacos de plástico] são modernices”. Rosa Santos disse ainda que recusa sempre os sacos de plástico que os vendedores lhe oferecem por em casa já ter muitos.

Algumas grandes superfícies já tinham adoptado a prática de cobrar um valor pelo saco de plástico. Amílcar Fernandes, cliente no LIDL, afirma que já está habituado a levar sacos de plástico de casa. “Quando as compras são maiores utilizamos sacos grandes de ráfia, que comprei na loja dos chineses.” Considerou ainda ser um “roubo” este novo imposto, mas que há muito que traz os sacos de plástico e que só por esquecimento irá pagar dez cêntimos por um saco de plástico.

Os sacos de plásticos vão passar a ter um valor de dez cêntimos. O governo prevê arrecadar 40 milhões de euros, que lhe serão entregues pelos estabelecimentos comerciais e grandes superfícies. Cada português gasta em média, por ano, 466 sacos de plástico e espera-se que esta medida reduza o consumo para um máximo de 50 sacos por pessoa em 2015. Quanto mais eficaz for a medida, menos o Estado arrecada. Das receitas resultantes desta cobrança, 85% irão para o Estado e 15% para o Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade.