Terminou semana do caloiro

A semana do caloiro, que funciona como uma forma de integração dos novos estudantes universitários, decorreu na passada semana, com muitas brincadeiras e as tradicionais praxes académicas.

Com a chegada de um novo ano lectivo, a cidade de Portalegre encheu-se de alegria em mais uma recepção ao caloiro, que decorreu na passada semana, com a realização das tradicionais praxes.

Sendo uma forma de integração para os novos estudantes, foram várias as actividades que se desenvolveram durante a semana oficial de recepção ao caloiro da Escola Superior de Educação de Portalegre. Todos os anos é escolhido um animal para caracterizar os recém-chegados, o papa-formigas foi o eleito para este ano. Além das «brincadeiras» relacionadas com jogos tradicionais e a entoação de cânticos alusivos à escola e aos diferentes cursos, existem três momentos que todos os anos se repetem na comunidade estudantil de Portalegre. A subida à Penha, o desfile e o baptismo compõem os referidos momentos.

Na segunda-feira, sob a coordenação do general de praxes e da madre, os caloiros foram «presenteados» com a tradicional «pasta» feita de ovos e farinha que lhes foi colocada no cabelo. A realização de um «bilhar humano» e uma guerra de balões de água foram outras actividades deste primeiro dia da semana oficial.

Com a ajuda dos veteranos, tendo como objectivo dar a conhecer a cidade de Portalegre, na terça-feira realizou-se um rallypaper. À noite, aconteceu um dos três momentos, a tradicional subida à Penha.

Apetrechados com uma vela, um tacho e uma colher de pau, caloiros, sempre com veteranos por perto, percorreram as ruas da cidade até chegar à Serra da Penha. No local, os veteranos distribuíram-se ao longo dos cerca de 200 degraus para dificultar, através de realização de perguntas, a subida dos novatos na vida académica. Sempre que erravam as questões, desciam degraus, o que prolongou esta actividade até de madrugada. De regresso à Praça da República, as praxes continuaram com a «manhã do cobertor».

Depois de uma noite tão longa, na quarta-feira, apenas se realizou o «leilão do caloiro». Um a um ou em pares, os caloiros foram «comprados» pelos veteranos, alguns até se encontravam em saldo com descontos de 10 a 50 por cento para facilitar o «negócio».

Para se despedirem da condição de «bichos» e passarem a ser oficialmente caloiros, os jovens estudantes universitários foram baptizados, na quinta-feira, terminando a manhã com o tradicional «banho no Tarro». A semana finalizou-se com o jantar em honra dos caloiros, onde todos festejaram o encerramento de mais uma semana oficial do caloiro.

Mónica Mira vinda de Ourém, com 19 anos, concorreu para o curso de Serviço Social escolhendo a cidade de Portalegre como sua terceira opção. O balanço que faz da recepção ao caloiro é positivo, «o que menos gostei foi do leilão, mas o que mais gostei foi a manhã do cobertor. Apesar de estar longe de casa, penso que me vou integrar bem nesta nova vida».

Para além de ser uma forma de ajudar os novatos da vida académica a integrarem-se numa nova fase das suas vidas, as praxes funcionam como uma «prova de resistência» que tem como bónus a possibilidade de se vestir o tão característico traje académico.
No dia 16, foram afixados os resultados da segunda fase de candidaturas ao Ensino Superior, para os estudantes que ficaram colocados em Portalegre têm de se matricular nos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), até sexta-feira.