A realidade actual do jornalismo precário

Falar de precariedade no jornalismo é focar também as más condições salariais dos profissionais. O desequilíbrio entre a oferta e a procura de mão-de-obra qualificada e os estágios não remunerados foram os assuntos mais debatidos na manhã de quarta-feira.

A “Precariedade no Jornalismo” foi o tema que abriu o terceiro dia das XIII Jornadas da Comunicação da Escola Superior de Educação de Portalegre.

O encontro arrancou com algum atraso, mas João Pacheco, colaborador do Diário I, começou o debate com alguns conselhos: “Quando entrarem em contacto com os profissionais do ramo jornalístico tentem conhecer melhor as pessoas desse meio, preservem o vosso trabalho e nunca aceitem trabalhar de graça”, disse referindo-se desta forma à prática comum dos estágios não remunerados.

Alfredo Maia, Presidente do Sindicato de Jornalistas, tem outra perspectiva: “Precários somos todos nós!”, disse o responsável sobre toda a classe profissional. O presidente tentou amenizar o tema controverso fazendo referência às diversas fases da carreira profissional. E acentuou assim a ideia de que todos podem ter fases más na vida, mas que nunca se deve desistir.

Joaquim Folgado, colaborador do Record, transmitiu a ideia de que os jornalistas em início de carreira e os estagiários devem passar também pelos órgãos de comunicação regional e só depois passar para a imprensa nacional.

As condições profissionais dos jornalistas estiveram no centro do debate, aproveitando a presença do Sindicato dos Jornalistas. A jovem plateia foi ainda alertada para alguns cuidados a ter face a alguns contratos de trabalho e aos deveres e direitos dos jornalistas.