Actuação das alunas de educação artística enche auditório da ESE

Inicialmente um exercício de aula, agora um trocadilho de palavras com uma mensagem social que ganha uma outra dimensão e enche o auditório da Escola Superior de Educação.

“Leves palavras voadoras” utilizadas por todos de forma convicta ou inconsciente, como nos explicam as alunas do 3º ano do curso de Educação Artística, durante o espectáculo “Quartas à noite” que encheu o auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre, na última semana.

A expectativa da audiência foi mais que superada. “Ver o auditório cheio de alunos de diferentes cursos com a curiosidade de ver o que é que nós tínhamos para mostrar, foi muito positivo” afirma Liliana Bernardo, aluna do 3º ano de Educação Artística que participou no evento.

Para Patrícia Martins, “ver assim toda a comunidade escolar presente preenche-nos bastante não só como alunas mas também como ser humano por fazermos algo produtivo e que reconheçam.

Ao ser humano foi dada a oportunidade de se poder expressar através de palavras. E muitas vezes “saem-nos palavras que nós não gostamos e queremos recolhê-las e transformá-las, reciclá-las em coisas melhores, em sentimentos mais nobres, em palavras mais carinhosas. Um conjunto de emoções que as alunas tentaram transparecer” conta Maria João Reis, docente do Departamento de Expressões Artísticas, Motricidade e Animação e suas Didácticas.
Tudo começou com um exercício inserido no laboratório Transdisciplinar, onde os alunos vão ganhando experiência no que se refere à criação artística. Depois “surgiu-nos no inicio do ano a ideia de que, visto termos vários trabalhos feitos, inclusive este, porque não os tornar públicos, seria interessante” explicam as alunas.

Após diversas horas de treino e de dedicação ao texto “Limpo Palavras” da autoria de Álvaro Magalhães, este exercício foi crescendo e direccionado para uma futura actuação.

“As alunas trabalharam diferentes personagens, diferentes estados emocionais, tentaram passar do riso ao choro, e passar diferentes emoções. Algo que nem sempre é fácil” descreve Maria João Reis.

A docente revela com satisfação que “é sempre bom trazer para o palco estes exercícios, que no fundo têm um carácter pedagógico. Até para que não só nós, professores, como também os alunos vejam correspondência com o esforço que fazem e que não trabalhamos de costas voltadas”.

“Agarrámos este texto e quisemos fazer com que as palavras mais importantes transmitissem os vários sentimentos que as pessoas podem ter ao dizê-las. Demonstrar como o ser humano vive com esses mesmos sentimentos”, refere Patrícia Martins.

Este “exercício” tornado público pelas alunas de Educação Artística tinha o objectivo de que todos os espectadores de certa forma se revissem dentro daquelas palavras, a forma como as dizem no dia-a-dia e as consequências que uma palavra mal contextualizada pode trazer.