Reformulados espaços culturais de Portalegre

Quem visitar Portalegre vai em breve poder usufruir do serviço de novos espaços culturais e museológicos da cidade. A abertura do Centro de Artes e Espectáculos, a reabertura do castelo e da Barbacã e a Casa Museu José Régio são algumas das novas infra-estruturas.Até final do ano o Museu Municipal e da Tapeçaria Guy Fino serão alvo de intervenções.

A oferta cultural e museológica em Portalegre está a ser alargada depois da abertura do Centro de Artes e Espectáculos e do Centro de Congressos. A autarquia espera reabrir em breve ao público o Castelo, a Barbacã e a Casa Museu José Régio, enquanto que até ao final do ano os museus municipal e Guy Fino deverão entrar em trabalhos de remodelação.

Encerrado desde 2004, só este mês um dos ex-libris da cidade de Portalegre vai ser aberto novamente ao público. Trata-se da Casa Museu José Régio. Um atraso que o vereador responsável pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Portalegre (CMP), José Polainas, justifica com “as obras do centro de artes e espectáculos” que decorreram nas proximidades do Museu.

"Nós, a partir deste ano, em termos de oferta cultural vamos alargar o leque. Há dois espaços que foram dimensionados numa perspectiva de eventos culturais tanto o centro de congressos da câmara que já foi aberto e estreado um evento, neste caso, o jazz e o centro de artes e espectáculos que, em princípio, estará disponível à participação da população já a partir de meados de Maio. Estas são as estruturas para eventos culturais o mais abrangentes possíveis para qualquer tipo de espectáculo”, refere o autarca.

Castelo e barbacã reabrem ao público

Prevista para Setembro do ano passado, a reabertura do castelo e da barbacã só ocorrerá a partir deste mês. “A partir de Maio, vamos ter também aberto ao público toda a zona do castelo de Portalegre e da barbacã que foi intervencionada através do projecto Polis. Vai ter uma estrutura redimensionada, restaurantes e vai permitir a visita à zona do castelo de uma forma mais adequada e mais própria para quem nos visita”, avança José Polainas que explica os motivos do atraso da reabertura da infra-estrutura. “Não conseguimos reabrir mais cedo o castelo devido a alguns atrasos nos prazos de conclusão, questões relacionadas com o projecto e, também dado a alterações que se fizeram aquando do desenvolvimento da obra. Aparecem sempre situações que atrasam a obra”, sustentou.

Um restaurante, um núcleo museológico, um espaço virtual e um posto de venda são alguns dos novos equipamentos que os portalegrenses e os visitantes podem desfrutar com a reabertura da nova infra-estrutura.

“Numa primeira fase iremos abrir aquela estrutura da barbacã e do castelo que permite uma volta em termos pedonais. A barbacã tem algumas estruturas que vai permitir durante o Verão ou durante eventos que possam ser feitos ao ar livre, alguma intervenção em termos culturais e de espectáculos”, esclarece.

Por outro lado, o castelo, “vai ter um restaurante – ainda por concessionar – e em principio terá uma sala destinada a museu, uma espécie de amostra”. Inicialmente, “este espaço pode ser visitado só pela sua beleza. Numa segunda fase, dependerá dos protocolos que façamos com vários parceiros e identidades. Podemos vir a colocar dentro do castelo um núcleo museológico que tenha a variante da mobilidade. Que não seja estático. Vamos tentar que aquela zona esteja mais viva em termos de apresentação do espólio museológico”, refere.

Para além destas propostas, o pelouro da cultura prevê a criação de um ponto de interacção com o turista. “Pretendemos fazer na estrutura da barbacã o ponto de interacção com o turista. Ou seja, ter uma loja cultural de modo que a partir deste ponto as pessoas possam derivar. Também está em ideia fazermos naquela zona aquilo que se chama um miradouro virtual. Ou seja, estamos a estudar o que podemos colocar ali em termos da utilização das novas tecnologias de modo a que permita que as pessoas possam ver, de um ponto mais alto, não só a cidade que está à volta como também prever aquilo que se pode fazer em termos de informação digitalizada”, adianta José Polainas.

Com a abertura destes novos espaços o vereador responsável pelo pelouro da CMP está convencido que “Portalegre vai ficar, enquanto cidade do interior, nos próximos anos com uma extraordinária oferta em termos culturais muito acima da média das cidades congéneres quer em termos da oferta museológica quer em termos de oferta de actividades culturais mais diversas. Vamos ter redimensionamento de alguns espaços, portanto a oferta cresce e vai ao encontro daquilo que a cidade merece e do que as pessoas querem”, conclui.

Museu Municipal e da Tapeçaria alvos de intervenção

Mas a oferta em termos culturais não se esgota nestes espaços. No que diz respeito à oferta museológica, os museus também sofrerão algumas intervenções. É o caso da ampliação do Museu das Tapeçarias Guy Fino e a remodelação do museu municipal. José Polainas relembra aos portalegrenses que “temos ainda à disponibilização quer da população quer dos visitantes mais dois museus que vão passar por intervenções em termos de obras: o museu da tapeçaria que está aberto e que tem uma colecção dedicada às tapeçarias de Portalegre”, explica avançado o outro projecto que o pelouro da cultura tem sobre a mesa.

“O outro projecto tem a ver com o museu municipal que vai entrar em obras no final deste ano, para uma completa remodelação. A intervenção está prevista começar a partir de Outubro, visto que, neste momento estamos a aguardar o projecto”. “Só depois – continua o autarca - “é que podemos passar à fase seguinte que é a sua candidatura e só depois o lançamento do concurso. Como o lançamento demora pelo menos seis meses só para Outubro é que as obras começarão”, explica.
Relativamente ao Museu da Tapeçaria Guy Fino, sofrerá uma ampliação no seu espaço. “A ampliação do museu da tapeçaria é uma possibilidade que está a ser equacionada. Neste momento, estamos a estudar a viabilidade do projecto e a debater ideias”, afirma José Polainas.

“Em principio o museu municipal vai sofrer uma grande intervenção enquanto que o museu da tapeçaria poderá sofrer uma ampliação. Isto porque nós, em termos de museu municipal temos uma quantidade de espólio que não conseguimos pôr cá fora e queremos dar outra imagem ao museu, mais conservadora com serviços paralelos e relacionados com a aprendizagem, com o ensino, com espaços lúdicos dentro do próprio museu, onde as pessoas possam estar, beber qualquer coisa e, onde se consiga perspectivar uma outra dinâmica para o museu”, justifica José Polainas dizendo “que a nossa ideia é que os museus, representando algo do passado, não estejam sempre parados, que as suas colecções se renovem, se modifiquem”.

De acordo com o vereador, o museu municipal de Portalegre, neste momento, começa a ter “problemas de infiltrações, humidade, iluminação nalguns sectores. Então queremos contornar toda essa questão e reabrir o museu com uma nova filosofia, dinâmica e pujança em termos de brilhos e da própria realidade do museu. A intervenção neste espaço vai ser extremamente profunda e determinante”.

Ao contrário do que acontecerá com o museu municipal, o da Tapeçaria Guy Fino, não será encerrado ao público enquanto decorrer as obras de intervenção. Segundo, aquele responsável, “o museu municipal terá de encerrar por nove meses”.

“A intervenção é de tal maneira dinâmica que não se compadece com o facto de estar uma ala aberta e outra ala fechada. Para tal, teremos que recolocar todas aquelas colecções num armazém e ficar fechado durante um longo tempo. O museu da Tapeçaria se for só o prolongamento, como estamos a pensar, não será encerrado”, explica José Polainas.

O objectivo destas intervenções, diz o autarca, passa por “aumentar a capacidade expositiva, pela criação de novos espaços anexos e de salas. De uma forma geral, dar outra filosofia em termos expositivos e reinventar o próprio museu, tornando-o mais atraente e mais aberto. Só assim conseguiremos atrair outros públicos”.