Maio sensibiliza para prevenção cardiovascular

Alimentação saudável e prática regular de exercício fisíico é a receita que se pretendeu passar durante o mês de Maio, que foi dedicado ao coração. Medir a tensão e controlar o colesterol são outras medidas a tomar para começar a dimunuir os números da principal causa de morte em Portugal.

O Alentejo é a região do país onde se verificam os índices mais elevados de pessoas com hipertensão. Este é uma das principais conclusões do recente Estudo Nacional de Hipertensão. O sexo masculino apresenta 57% de casos de hipertensão e as mulheres 43%, números considerados muito graves, uma vez que a média nacional é de 43% e, já um factor de preocupação para a classe médica portuguesa.

“O Alentejo tem tradições alimentares ricas em gorduras e enchidos”, frisou Miguel Ribeiro, médico cardiologista do hospital Distrital de Portalegre, daí estes números não terem surpreendido o especialista.

Existem outros factores propícios a problemas cardíacos nomeadamente o sedentarismo, a obesidade, os diabetes, o colesterol, o tabagismo, para além da hipertensão que é responsável por 40% dos ataques cardíacos.

Todos estes problemas de saúde podem ser prevenidos, aliás, a prevenção é mesmo o melhor remédio. Uma alimentação saudável à base de alimentos com baixo teor de gorduras, exercício físico regular, check-ups frequentes e controlo de peso são algumas das medidas essenciais para um coração saudável.

“As pessoas estão pouco sensibilizadas para a importância da prevenção”, referiu Miguel Ribeiro, daí a importância das iniciativas que compõem Maio - Mês do coração.

O médico cardiologista lamenta que estas actividades só se realizem nos grandes centros urbanos, “o estudo nacional de hipertensão é a prova viva que o interior e, em especial o Alentejo, precisam urgentemente de informação e sensibilização”.

A morte súbita é a face mais visível e mediática dos problemas cardíacos. Nos países industrializados a morte súbita representa metade dos óbitos de origem cardíaca e, apenas 5% dos doentes são reanimados com sucesso. O mais assustador da morte súbita é que é o primeiro e, o último aviso de doenças coronárias, o que faz das medidas de prevenção o maior trunfo que qualquer pessoa tem para se precaver.
Miguel Ribeiro, realçou ainda outro problema da morte súbita. “A maioria dos doentes que virão a sofrer morte súbita não são identificados como doentes de risco, daí não tomarem precauções”, o que faz disparar os números.

Os números da doença

Em 2001 morreram, aproximadamente, 41 mil portugueses de doenças cardiovasculares, cerca de 19500 homens e 21500 mulheres. Estes dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram uma face desconhecida desta doença: as mulheres morrem mais de doenças do coração. Esta maior incidência de complicações nas mulheres deve-se ao facto de “as mulheres serem, em média, mais idosas do que os homens quando são atingidas por este tipo de doenças e, Portalegre não é excepção”, frisou o cardiologista Miguel Ribeiro.

Segundo os últimos dados estatísticos, cerca de 98,2% dos portugueses conhecem a importância do exercício físico, mas apenas 30% afirma praticar regularmente exercício. Para a maioria da população os tempos livres são sinónimo de ver televisão, ir ao cinema ou outras actividades pouco activas.

É por causa dos hábitos sedentários que há um número crescente de jovens obesos e com problemas cardíacos cada vez mais cedo.

Como reconhecer os sintomas

Os primeiros sintomas de aproximação do ataque cardíaco podem ser tão leves que o doente pode ser tentado a ignorá-los. É importante saber reconhecê-los, pois está provado que o tratamento atempado aumenta as hipóteses de recuperação em caso de ocorrência de um ataque. Os sinais mais frequentes do ataque cardíaco são os seguintes:

  • Sensação de extrema pressão no peito ou em qualquer outra parte superior do corpo, incluindo o pescoço e as axilas;
  • Ardência e aperto no peito ou na parte superior do corpo
  • Dor prolongada na área do peito
  • Sensação de indigestão ou dificuldades respiratórias
  • Suor
  • Náusea ou vómito
  • Vertigens
  • Fraqueza extrema