Tunas do IPP já são marca na vida académica

Os estudantes do ensino superior, para além de tirarem um curso, têm ao seu dispor um leque de actividades extra-curriculares. No Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) os estudantes podem fazer parte de uma das cinco tunas formadas por alunos das quatro escolas que o englobam.

A tuna mais antiga do IPP é a Papasmisto, que existe há dez anos. “Começou por ser uma tuna masculina, mas devido à pouca adesão, optou-se por permitir a entrada também mulheres, sendo agora uma tuna mista”, explica o presidente da tuna, Luís Rebocho. Foi fundada com apenas 12 elementos e conta actualmente com cerca de 35 alunos.

“Este ano condicionámos a entrada de caloiros, para não ficarem muitos de fora nas actuações, já que apenas sobem ao palco 25 a 30 elementos”, explica Luís Rebocho. Actuações não faltam, por todo o país. Ainda não foram ao estrangeiro, mas estiveram recentemente na Madeira, o que envolveu um grande esforço de todos os elementos.

“Temos muitas actuações agendadas, em Peniche, Fátima e outras”, adiantou Luís Rebocho.
Quanto a instrumentos, contam com cavaquinho, viola, bandolim, flauta, ferrinhos, reco-reco, acordeão e pandeireta. As músicas são cerca de oito para as actuações, mas o seu repertório é maior. “Todos os anos tentamos trazer músicas antigas, que recolhemos nas povoações e também criamos outras”, disse Luís Rebocho.

Tentaram editar um disco recentemente, mas devido à falta de meios técnicos, a qualidade não foi a esperada e não foi posto à venda. Têm ainda projectado realizar um álbum de fotos das actuações dos últimos dois anos.

Luís Rebocho considera ser compatível pertencer à tuna e tirar um curso “e a prova disso são as pessoas que já se formaram e que pertenceram aos Papasmisto”. O objectivo principal desta tuna é confraternizar, criar amizades e gerir alegria.

Tuna recente mas com muitos adeptos

A EnfTuna, da Escola Superior de Enfermagem, foi fundada recentemente, em Fevereiro do ano passado. “É muito difícil conciliar, arranjar tempo para tudo”, desabafa Mário Ciríaco, magíster da tuna, que para além de pertencer ao grupo, é presidente da Associação de Estudantes e ensaia na Banda Euterpe.

Também têm um disco “editado em meios caseiros, que só utilizamos para ofertas”, esclareceu Mário Ciríaco. Têm 42 membros efectivos e um repertório de 14 músicas. Quanto aos instrumentos, Mário Ciríaco esclarece que “estamos limitados, já que nunca fomos pagos pelas actuações, apenas em géneros”. Tocam guitarra, cavaquinho, bandolim, maracas, clave, bombo, pandeireta e adufe.

Já foram aos Açores e vão actuar em Lisboa para cerca de 6 mil pessoas no Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem. “Agora estamos a criar um regulamento interno e desenvolver um estatuto hierárquico, que ainda não existem” esclareceu Mário Ciríaco.

Estão também a desenvolver ideias para arranjar fundos, sendo uma delas a criação de uma Associação Juvenil para que possam receber um subsídio ordinário.

As estudantes também “tunam” sem homens

A única tuna feminina do IPP, existe há oito anos. As Tuninfas são actualmente chefiadas por Liliana Pêgo. “Começámos por cantar músicas conhecidas alentejanas mas agora também temos originais” esclareceu. Ainda estão a acabar três músicas e já contam com dez, tocadas por cerca de 15 elementos. Criaram a tuna “para se divertirem, fazerem novos amigos e darem a conhecer a região de Portalegre e o IPP”, explicou Liliana Pêgo.

Tocam bombo, pandeireta, viola, cavaquinho, baixo, flauta, bandolim e harmónica. Quanto ao tempo dispensado para ensaios e actuações, Liliana Pêgo diz ser “possível conciliar, temos que ter força de vontade”. Não têm muitas actuações agendadas mas já as contactaram para ir aos Açores e aos Estados Unidos da América.

O ESEP Jornal Digital não conseguiu falar com a tuna da Escola Superior Agrária de Elvas, nem com o Grupo Académico de Serenatas de Portalegre, que parece estar temporariamente inactivo.