“Há sempre tendência para chamar o Hi, Hello como a música dos morangos"

Em 2002 editaram o seu álbum de estreia, “OPEN”. O single de apresentação dos Squeeze Theeze.Pleeze, “Ode to a Child (Bea)”, conquistou lugares cimeiros em vários tops. A canção foi ainda escolhida para figurar na telenovela brasileira “New Wave - Malhação”. Tocaram em vários festivais de Verão e já actuaram nas primeiras partes de nomes consagrados internacionalmente como Morphine, Cranberries, Alanis Morissette ou Gabriel O Pensador. Recentemente estiveram em Portalegre.

[ESEP Jornal Digital] -  Depois de lançarem o álbum "Flatline" e o single de apresentação"Hi Hello (my name is joe)", existe algum projecto para breve?
[Squeeze Theeze Please] -  Esperamos dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde o lançamento de “Flatline”. Depois da Tour acústica que preencheu o 1º trimestre de 2006, o nosso objectivo é fazer a Tour 2006 e tocar nos grandes palcos do país. Tour esta que começa este mês com as semanas académicas, o facto de termos um 2º single em estreia assim como o respectivo vídeo, trás uma lufada de ar fresco para a entrada no Verão, embora o primeiro single tenha sido muito tocado, queremos que o disco chegue a mais pessoas, porque o álbum não se restringe apenas ao Hi Hello, há muita história para contar em “Flatline”.

[EJD] -  Como caracterizam a vossa banda, quer em relação à personalidade do "núcleo" quer ao estilo musical?
[TP]
- Essa é aquela questão que as Bandas geralmente menos apreciam. Que estilo ou que género vocês tocam!? Bom, nós assumimos, sem qualquer tipo de preconceitos, o carimbo de Pop/Rock/Mainstream, embora haja sempre dificuldade em catalogar uma banda hoje em dia, nós assumimos que fazemos pop dentro de uma veia mais rock, que acaba por convergir nas sonoridades mainstream contemporâneas. Já nos chamaram de muita coisa, mas penso que estamos neste triângulo. A personalidade do núcleo, acho mesmo que é a maior razão pelo qual ainda não desistimos da música num país onde tudo é muito difícil. Somos cinco amigos acima de tudo...juntamo-nos ao fim de semana há oito anos como banda, sem contar com os anos em que tudo não passava de projecto de garagem. Sempre tivemos muito apoio uns dos outros e acho que as personalidades se encaixam muito bem, apesar de todos os defeitos que possuímos, as qualidades e a amizade acabam por se reflectir numa única palavra: equilíbrio.

...de ressalvar que somos amantes frenéticos e incondicionais do glorioso SLB...
[EJD] - Olhando para trás, com canções nas telenovelas "New Wave" e "Morangos com açúcar", concertos nos mais emblemáticos palcos nacionais como o Paradise Garage; Hard Club e Palco Sony, os festivais de Verão (Paredes de Coura e Ilha do Ermal) e as inúmeras actuações em queimas das fitas e recepções ao caloiro, sentem que os vossos objectivos foram atingidos ou aspiram mais como banda?
[TP] - Acho que algumas metas foram cumpridas, mas nem perto do nosso objectivo, nós vamos traçando metas possíveis e alcançáveis...nunca nos atiramos para objectivos absurdos de cabeça. Sempre tivemos os pés bem assentes na terra e sabemos bem qual a é realidade. Foi tudo sempre muito gradual, step-by-step. É claro que todos sonhamos com um dia podermos chegar ao objectivo máximo como banda: ser músico profissional a 100%, poderes viver apenas da música, dedicar-te de corpo e alma a uma paixão que nos move e une há tanto tempo!

[EJD] - O facto de terem canções que aparecem em telenovelas direccionadas para o público mais jovem, já alguma vez sentiram que isso tivesse influência na opinião que o público em geral tem sobre vocês, como por exemplo identificar-vos como " a banda do New Wave ou dos Morangos com Açúcar"?
E quanto ao sucesso atingido? Era algo que esperavam ou foi uma surpresa para vocês?

[TP] - Não vejo as coisas dessa forma. Eu acho que como um filme tem a sua banda sonora assim também o tem uma novela ou uma série. É óbvio que há sempre tendência para se chamar o “Hi, Hello” como a música dos morangos, mas isso é apenas falta de informação, porque não tens como saber que banda toca este ou aquele tema. Com a devida informação, seja nos sites das produtoras televisivas, seja por outros meios, acaba-se por se saber que a música pertence a tal banda, mas isso parte da curiosidade das próprias pessoas. Neste caso de um target mais novo. Foi tudo uma surpresa, não tínhamos a mínima ideia do poder da TV, mas num país onde não há grande mercado nem indústria nem tão pouco um circuito de música sem serem as festividades académicas, é óptimo que isto aconteça, pois temos que nos agarrar aos meios que neste momento levam a música a mais gente, falo obviamente dos comerciais, dos spots publicitários, novelas, séries, etc