Jornadas da Comunicação arrancam com o futuro da especialização jornalística

A XVIII edição das Jornadas da Comunicação começou com um filme e uma breve apresentação sobre o tema em debate “O futuro do jornalismo especializado”, no primeiro de três dias do evento. Fernando Zamith, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, afirmou que o jornalista está cada vez mais multifacetado, ou seja vê o seu trabalho mais generalizado, e que, aos poucos, vai deixando a especialização em determinadas áreas. O professor e, também, jornalista ainda referiu que os espetadores têm informação necessária para escolherem o tipo de jornalismo que preferem ler, ver e ouvir, havendo, então, um vasto cardápio, que o próprio denominou de “jornalismo à la carte”.

Os quatro convidados do painel contaram as aventuras pelas quais, como jornalistas, tiveram de ultrapassar. Contaram como é ir “às cegas” para o terreno, sem saberem do que o tema se tratará. Várias foram as histórias que, principalmente, as duas jornalistas convidadas da SIC, Joana Latino e Teresa Conceição, narraram, visto que são jornalistas que não se prendem apenas ao “conforto da redação”, expressão utilizada pelas mesmas.

Joana Santos, aluna moderadora do debate, interrogou os seus convidados sobre a importância, ou não, da necessidade da especialização no jornalismo, à qual Isabel Santos, jornalista na TVI e juntamente especialista na área da economia, replica que “é preciso questionar e saber sempre mais, ou seja, é importante ser especialista”.

O debate foi muito dinâmico. Os quatro jornalistas partilharam as suas mais mirabolantes histórias, e em tom de chamada de atenção para os jovens licenciados, enumeraram alguns dos obstáculos que um jornalista tem de ultrapassar para conseguir atingir os seus objetivos e a responsabilidade que lhe é dada, por parte dos chefes, para desenvolverem uma peça, neste caso, televisiva.

A jornalista da SIC, Teresa Conceição, advertiu os alunos da ESEP, para “pensarem nos malefícios da profissão, antes de ingressarem nela”. O debate finalizou, então, com uma afirmação desta mesma jornalista da SIC, passando a citar, “não façam uma coisa que não gostam”,visto não haver infra-estruturas necessárias que garantam o bem-estar do jornalista, pois é preciso dispensar muito tempo e muita paixão por esta profissão, para que estes constantes incómodos não afectem a prestação do jornalista. Ou seja, este profissional tem de estar disponível para todo e qualquer tipo de exigências que lhe são pedidas e conseguir entregar-te, totalmente, a esta profissão, para que o seu trabalho seja elaborado de uma maneira que agrade, num contexto geral.