Biblioteca de Portalegre reabre Bebéteca

As crianças de Portalegre com idades até aos três anos já possuem um espaço próprio na Biblioteca Municipal. A Bebéteca abriu as portas no início do mês, apesar das dificuldades financeiras do projecto.

A Biblioteca Municipal de Portalegre (BMP) tem, desde dia 2 de Abril, um novo espaço, desta feita dedicado ao público infantil até aos 3 anos de idade.
Sugestivamente designado por Bebéteca, é uma área composta por vários tipos de divertimentos e passatempos destinados ao entretenimento daquela faixa etária.
Apesar destas características, a novidade está mais na forma e nem tanto no conteúdo, visto que já existia, desde 2002 um espaço na BMP com aquela finalidade, porém, estava integrado numa plataforma infanto-juvenil.
Um projecto que foi, na época, idealizado por uma educadora de infância e que surge agora sob outro formato e outra orientação.

Alice Tomé, funcionária dos Serviços Municipalizados, que finaliza um curso de Técnica Bibliotecária entendeu que este é “o melhor projecto” para finalizar a sua formação, aproveitando também para concluir o estágio, no âmbito do curso.
Considera que a Bebéteca, preenche algumas lacunas visíveis no anterior espaço integrado “que se localizava no 1º andar do edifício [da BMP] o que dificultava, por exemplo o transporte das cadeiras das crianças e carrinhos de bebé, além de ser pequeno e com pouca luz". "No rés-do-chão é mais apropriado”, conclui Alice Tomé.

A sala do rés-do-chão servia, anteriormente “para exposições e cursos de formação” e, agora, com outra finalidade, pretende ser um espaço que “dinamize a leitura e o contacto com os livros”, onde “os pais vêm com os filhos para lhes contarem histórias e passar algum tempo”, alerta orgulhosamente.
A autora do projecto realça que “este era um lugar que fazia muita falta”. "Os pais gostaram muito da ideia e a afluência foi grande na inauguração”, conta aquela responsável.

Apesar destas características, a Bebéteca não concorre com os infantários e creches porque “não é um sítio onde se possam deixar as crianças e ao fim do dia vêm buscá-las”. “É, à excepção dos infantários, o primeiro espaço desta natureza”, adverte.

Orçamento reduzido

Se as coisas parecem estar bem, também é verdade que poderiam estar melhor. As verbas disponibilizadas (não reveladas) dependem directamente do orçamento de que a BMP dispõe. Sem razões para entrar em euforias atira, em jeito de desabafo, que “o orçamento é muito pequeno e os recurso deveriam ser muito mais”, lamenta a responsável.

Para o arranque do projecto, as comparticipações vieram, além da BMP, do Instituto Português do Livro e da Biblioteca (IPLB), que apoiou 50% do material adquirido. Assim, a escassez de meios e recursos traz solidez à ideia de que “a este projecto ainda falta muita coisa”.

Sendo apenas um projecto de fim de curso, Alice Tomé revela alguma incerteza quanto ao que ainda está para vir, por estar “só a fazer estágio, apesar de querer continuar na Bebéteca”.

O ESEP Jornal tentou contactar a direcção da BMP, no sentido de esclarecer a viabilidade financeira do projecto, mas não obteve qualquer resposta.