Portalegre recebe mais de um milhar de aves

Para os aficionados de pássaros a IberAves é o paraíso em pleno Alentejo. Espécies de todas as cores, tamanhos e feitios estão em exposição no mercado municipal de Portalegre.A criação de aves em gaiola é o tema da mostra.

O mercado municipal de Portalegre acolhe até domingo a 1ª IberAves, evento que é organizado pela Associação Ornitófila do Reguengo (AOR) e que recebe mais de mil espécies de aves para venda e exposição.
Trata-se de uma mostra ibérica de aves, onde associações portuguesas e espanholas expõem as suas aves e os criadores se encontram para trocar impressões acerca da criação de aves.
Canários, diamantes, pardais, agapornis e periquitos são algumas das espécies criadas pelos associados da AOR e que estão nesta mostra.
Esta constitui uma actividade desportiva com carácter de feira, exposição e concurso de aves organizada pela Associação Ornitófila do Reguengo, freguesia do concelho de Portalegre. Esta exposição surge no âmbito da ornitofilia desportiva, que é uma actividade que se baseia na criação de aves em gaiola.

A 1ª IberAves vem dar continuidade à anterior Mostra de Aves. A mudança de nome deve-se ao facto de esta exposição e concurso ser a primeira a ser organizada pela AOR. “É a primeira vez que a associação faz uma exposição com concurso e como tal achámos por bem dar-llhe um nome de maneira a que daqui para a frente toda a gente passasse a conhecer a IberAves como sendo a exposição da AOR”, explica Ricardo Raposo, presidente da associação Ornitófila do Reguengo.

Mais de mil aves de todo o país

A Associação Ornitófila do Reguengo foi criada a 15 de Setembro de 2002 e conta já com 132 associados e mais de mil aves de todos os pontos do país. A implementação na cidade de Portalegre deve-se, na voz do presidente da associação “a cinco teimosos que, uma vez que aqui perto não existia nada, nem nenhuma associação que nos permitisse expor as aves. Achámos por bem passar a ter menos horas de sono e mais alguns pesadelos e criámos a associação”.
Este foi um momento difícil para Ricardo Raposo e restantes criadores de aves, uma vez que tudo teve de ser construído de raiz, sem quaisquer apoios e ainda, sem qualquer gaiola para expor. A 1ª IberAves é pois o culminar de todos os esforços e noites mal dormidas por parte da organização e associados.

A 1ª IberAves assume também, segundo o regulamento técnico do certame, um formato de campeonato internacional. No segundo dia da mostra, um júri nomeado pela Comissão Directiva do Colégio Nacional de Juízes da Federação Ornitológica Nacional Portuguesa procedeu ao julgamento das aves expostas e classificou-as por classes. As melhores aves e os melhores criadores foram premiados, o resultado das classificações encontra-se exposto no site da associação.

Visitantes curiosos

A exposição não é conhecida de todos, contudo o local estratégico onde se encontra permite que todas as pessoas, voluntária ou involuntariamente possam ver e descobrir o mundo da ornitologia.

“Não sei nada de pássaros, vim aqui tomar qualquer coisa e vi a exposição e como o meu filho anda a pedir um animal de estimação aproveitei para ver o que há aqui. São muitas penas de muitas cores, costumo ir a exposições sobre cães e gatos mas é a primeira vez que venho a este tipo de exposições com aves”, diz Rosário Fonseca, um dos visitantes da feira.
Já para João Antunes, um interessado em aves, “esta é uma exposição que para o espaço em questão a quantidade é aceitável, mas a diversidade não é muita. Mas também não podemos esquecer de que se trata da primeira exposição, há ainda um longo caminho pela frente, mesmo assim gosto do que vejo”.

A IberAves estará aberta ao público em horário livre até domingo, 15 de Novembro, dia em que pelas 11:00 horas se realizará um colóquio que abordará o tema “Técnicas de criação de aves em gaiola” com Pedro Ramalho, um ex-juíz de aves que neste momento apenas se dedica à criação. “Achámos por bem tentar, e ainda bem que conseguimos, trazer cá um criador de referência para que nos ajude, a nós criadores mais pequenos do que ele a evoluir”, diz Ricardo Raposo, presidente da associação.

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