Um novo lugar para estudar

Na residência dos Assentos de Portalegre estão alguns alunos que decidiram escolher Portugal como o seu destino de Erasmus e nomeadamente Portalegre e o Politécnico.

Edward Nacos, estudante da Roménia, decidiu fazer Erasmus na “procura de novas experiências e para conhecer novas pessoas”. Já Giorgiana Claudia, também da Roménia, admite que “tinha algum medo e fiquei a pensar na minha família, trabalho e situação financeira”, confessando ainda que “tinha medo de deixar a minha vida e ir para um lugar completamente diferente”. Mas, no final de tudo, e depois de um colega lhe ter dito que deveria agarrar a oportunidade, embarcou na aventura e agora diz: “não me arrependo”.

A escolha do país de Erasmus não foi inocente, Edward pretendia “conhecer novas pessoas e novos países” e a escolha por Portugal foi porque “não sabia se iria voltar cá”. No caso de Giorgiana, a opção poderia ter recaído sobre Itália, Espanha, França ou até Alemanha, mas segundo ela “pensei que Portugal fosse mais longe e como tal nunca mais teria oportunidade de visitar”. Para além disso, escolheu Portugal por “achar que é um país mais exótico do que a Alemanha ou Itália e já tinha visitado a França”.

A experiência em Portugal

Para Edward o tempo que esteve em Portugal “foi uma boa experiência. Conheci várias pessoas novas e descobri novos sítios”. A adaptação foi descrita como “rápida”, porque “quando tenho um problema as pessoas ajudam sempre”. O caso de Giorgiana não é diferente. Com um sorriso no rosto admite: “foi a melhor experiência da minha vida. Conheci pessoas tão simpáticas!”. Contou igualmente o quanto os seus colegas a ajudaram nos primeiros dias de aulas “todos se ofereceram para ajudar”, recorda.

Mas Erasmus não se trata apenas de escola e, como tal, Giorgiana referiu que “os portugueses adoram festa. Consegui melhorar o meu inglês aqui”. Em relação à cidade, afirma que “Portalegre é uma cidade aborrecida, mas quando se encontra as pessoas certas tudo muda”. Em relação à sua adaptação, confessa que “foi um bocado complicado no início, por causa da linguagem, mas agora até já consigo dizer umas palavras e gosto porque é similar com a minha língua”.

Saudades do que ficou para trás

Ambos sentem saudades do que deixaram. Giorgiana confessa que sente “muitas saudades da minha família, falo com os meus pais e irmão quase todos os dias, mas por vezes não é suficiente”. Já Edward diz que tem “saudades extra da minha família, amigos e namorada, mas todos me suportaram nesta minha decisão e me motivaram, especialmente o meu pai e a minha namorada”.

Giorgiana rindo-se diz-nos: “sinto também saudades dos grandes centros comerciais, Portalegre não tem nada de bom onde se possa fazer compras”. Mesmo assim, admite que “quando deixar Portalegre irei sentir saudades de muita coisa e também de muitas pessoas”.

A situação inversa

Hélder Vicente, estudante de Engenharia Civil, esteve em Erasmus na Polónia de 22 de setembro a 25 de fevereiro deste ano. Descontraído dizia: “não me lembro o que provocou o primeiro impulso, queria uma maior aceitação no mundo do trabalho, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento linguístico e também abertura de novos horizontes. Nos dias que correm é bastante bom não teres medo de ir para o estrangeiro”.

Hélder procurava um “choque cultural”, poderia “ter ido para Espanha, mas as parecenças culturais eram tantas, poderia também ter ido para a Irlanda do Norte mas em termos monetários não era vantajoso”. Sendo assim, a sua escolha foi a Polónia.

Foi sozinho para a Polónia mas regressou com um novo amor e em termos de saudades confessa “sinto saudades de tudo em geral, da minha namorada e das amizades que criei, das maluqueiras de Erasmus e das saídas à noite, sobretudo de ser estranho e de não falar a língua que tem as suas vantagens”. Ainda em relação ao amor que começou lá diz que “no início era brincadeira mas que depois a coisa ficou séria”, por essa razão ambiciona voltar à Polónia “ambiciono terminar o meu curso e ir para estágio profissional, como tenho de o exercer em algum local porque não perto de quem gosto?”.

A sua estadia foi também construída por histórias engraçadas e foi com um sorriso que Hélder partilhou uma. “Quando estava no fim de semana de integração, estava na caserna com outro português, que desapareceu ao meio da festa quando disse que ia buscar bebidas, ele que era o rei das festas. Quando fomos para o quarto ele estava lá a dormir, pegamos no gato dele e metemo-lo em baixo dos lençóis. Não imaginam o salto que o rapaz mandou! Suficiente para tornar esse momento em algo bastante especial”.

Em ambos os lados de saída ou entrada de Portugal a experiência foi boa e Edward diz que “todas as pessoas deveriam experimentar fazer Erasmus, porque não sabem o que estão a perder”.