Futuro do jornalismo regional

“O Futuro do jornalismo Regional e Local” foi o tema do debate que teve lugar no auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP) no dia 16 de Março, pelas 15 horas, no âmbito das XV Jornadas da Comunicação. Representantes de cinco órgãos de comunicação regionais e locais foram os oradores convidados.

 No 2º dia das jornadas, a questão central colocada neste debate versava sobre as problemáticas, dificuldades e perspectivas de futuro dos mídia locais e regionais.

Manuel Isaac, director do jornal Alto Alentejo, João Alves e Almeida, director do jornal Linhas de Elvas, Paulo Barbosa, jornalista da revista Pormenores, Gabriel Nunes, director de informação da Rádio Portalegre, e André Relvas, jornalista do jornal Fonte Nova, constituíram o painel de convidados nesta sessão.

No que diz respeito às principais dificuldades que os media regionais enfrentam, as opiniões dos convidados variaram. No entanto convergiram na questão da publicidade e do consequente suporte económico.

“A difícil sustentabilidade financeira”, apontou Gabriel Nunes, acrescentando “o cuidado na elaboração das notícias” no que diz respeito ao jornalismo de Proximidade. Já André Relvas evidenciava que “o grande problema com que nos debatemos é a publicidade”, considerando que “a publicidade é indissociável do jornalismo regional”.

Por sua vez o Director do semanário Linhas de Elvas considerou que a principal dificuldade é na localização: “quanto mais para o interior, pior”. Em relação ao futuro do jornalismo regional e local, João Alves e Almeida aponta a “independência política, a proximidade e a generalização” como essenciais.

“A fasquia tem estado muito baixa”, afirmou Paulo Barbosa, referindo-se à qualidade do jornalismo regional. Apesar de tudo, considera ainda que “o jornalismo regional é a solução para o problema do jornalismo nacional”, acrescentando que “o insucesso do jornalismo regional, deve-se sobretudo à incapacidade de dissociação do poder político”. Manuel Isaac, enfatizou a questão monetária, no que diz respeito à publicação do jornal afirmando que “sem dinheiro não há comunicação social”.

Sobre a alegada existência de pressões políticas e económicas, devido à proximidade das fontes, apenas o jornalista da revista Pormenores discordou, apontando esta questão como “cívica, ao invés de uma questão de influência”. O director do semanário elvense mostrou-se convicto de que “o jornalismo regional e local, vai continuar a existir se os órgãos de comunicação social não tiverem partidarismo”.

No final, os responsáveis pela organização das jornadas consideraram este debate como positivo, dado que “a presença de grandes personagens do jornalismo do distrito de Portalegre, foi essencial para o esclarecimento do público presente”.