Pinturas com café expostas em Portalegre

Branca Marques é uma artista portalegrense inovadora que irá conferir ao Palácio Povoas um cheirinho especial a café com a sua próxima exposição. “O café: da bebida à arte” vai estar até domingo no Posto de Turismo de Portalegre. Uma oportunidade única para ver pinturas em... café.

O Palácio Povoas irá acolher até ao dia 13 de Junho uma original exposição da portalegrense Branca Marques. Naquela que é a sua décima exposição, a pintora surpreende com uma técnica diferente do habitual.

A pintura com café já faz parte do seu portfolio há algum tempo, mas é a primeira vez que expõe exclusivamente com este tipo de técnica. É na sequência da parceria com uma grupo de alunas da Escola Superior de Educação de Portalegre num projecto paralelo, que surge “Café: da bebida à arte”.

Branca José Aragonez Marques, nasceu em 1959 em Portalegre, e é em nesta cidade que vive e continua a pintar. Desde cedo que esta autodidacta manifestou o gosto pelas artes. A família veio interromper durante algum tempo esta actividade, mas o amor pela pintura falou mais alto, pelo que não hesitou eu retomar esta actividade.

“O mundo das artes sempre me fascinou; sempre que passava em lojas da especialidade, não podia deixar de parar a observar a montra. E de repente recomecei a pintar, mas primeiro a óleo. Lembrei-me, vou ali comprar e vou experimentar”, lembra a artista.

Daqui até à primeira exposição foi um passo.

Branca conta que “cheguei a um ponto em que tinha tantos quadros que o meu marido disse «vamos fazer uma exposição» e foi assim que começou”. Entretanto, como gosto muito de variar, e como o óleo demora muito a secar, mudei para a aguarela”.

A irreverência desta senhora da pintura confere-lhe um gozo peculiar por tudo o que é novidade. Foi por isso que depois de ver um senhor a pintar com café, não hesitou. “Quando cheguei a casa, outra novidade! Fui logo experimentar!”, recorda.

Esta artista reivindica a necessidade do stress, da solidão e da noite para melhor criar, mas é na Primavera e no Outono que se sente mais inspirada. O realismo impera nas suas obras. A cidade de Portalegre é a personagem eleita para a maioria dos seus quadros, e é nas suas ruas que se perde em pormenores de portas e janelas. “Pinto é à minha maneira: arranjo as casas, ponho umas barras amarelas...no fundo evito transmitir a degradação que, por vezes, se vê nas casas das nossas ruas”, explica.

Futuramente, Branca Marques pretende visitar Lisboa, pois tem “vontade de pintar as zonas do Bairro Alto e de Alfama. São também zonas muito características e muito bonitas”.