Alargamento do parque industrial vai custar seis milhões de euros

Criar desenvolvimento e aumentar o poder de compra dos cidadãos no distrito de Portalegre, são alguns dos objectivos que levam a Câmara Municipal a alargar a sua zona industrial do concelho. Os terrenos estão a ser vendidos a preços de “saldo”, entre um e cinco euros por metro quadrado, e têm já centena e meia de empresas nacionais e estrangeiras interessadas em transferir-se para os novos espaços.

A Câmara Municipal de Portalegre vai investir cerca de seis milhões de euros no alargamento e desenvolvimento do parque industrial do concelho acrescentando 294 lotes aos 155 já existentes.

Os preços dos lotes de terreno na zona da cidade disponível para indústria, variam entre um e cinco euros por metro quadrado, consoante o número de postos de trabalho criados e têm entre dois mil e 60 mil metros quadrados.

Para Luís Calado, vereador da Câmara Municipal de Portalegre, responsável pela pasta do Licenciamento e das Obras Públicas, o projecto de ampliação do parque industrial é uma mais-valia para o crescimento deste distrito. “O nosso objectivo é muito claro e simples, nós acreditamos que o desenvolvimento aqui da nossa zona, passa pela actividade económica”, disse o autarca.
O vereador salientou ainda que o aumento da actividade económica e a criação de competitividade “passa também pela disponibilidade de terrenos. Em tempos nesta cidade os terrenos eram vendidos a preço de ouro, havia poucos, fazia-se especulação. Nós acreditamos no contrário, temos maior disponibilidade do que procura e como tal conseguimos vender terrenos a preços baixos”, explicou Luís Calado.

A autarquia apostou desde o início na expansão do parque industrial de Portalegre, mas as barreiras que encontrou pela frente travaram a concretização deste projecto no prazo pretendido. Foram precisos três anos para que a Câmara Municipal de Portalegre conseguisse a aprovação de um plano de pormenor de expansão da zona.

O vereador referiu que os entraves à realização do projecto “afectaram aqui um pouco a nossa dinâmica, mas conseguimos ao fim de três anos”. E acrescentou que “segundo o que nos disseram as pessoas responsáveis da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Alentejo (CCDR), nós somos uns “sortudos”, pois tínhamos conseguido aprovar o nosso projecto num curto espaço de tempo, porque a aprovação de planos costuma durar entre quatro a cinco anos”.

Procura satisfatória

A zona industrial de Portalegre começa agora a crescer e conta neste momento com uma disponibilidade de 300 lotes destinados à indústria, comércio ou serviços. Cerca de 150 empresas já efectuaram contactos com a Câmara Municipal, já estão inscritas, pagaram cerca de 5% no acto de inscrição e pretendem instalar-se neste novo espaço industrial.

Luís Calado, vereador da Câmara Municipal de Portalegre, explicou que tem havido alguma procura, pois não existem muitos casos semelhantes a este e os preços noutras regiões do país são muito elevados.
“Há procura, porque não existem muitos casos assim neste momento. Aliás, os parques industriais do Litoral e das grandes cidades do Litoral estão a fazer especulação de terrenos. Nós aproveitámos essa conjuntura e resolvemos oferecê-los, aqui, a baixo custo”.

As empresas que procuram estes novos terrenos a preços de “saldo” são variadas e algumas estrangeiras.
“Temos uma ou duas da nossa vizinha Espanha, uma empresa de materiais de construção e outra que não posso ainda divulgar”, disse Luís Calado.

Uma das empresas que deixará a sua antiga sede é a fábrica Robinson, que tem um lote de 70 mil metros quadrados. “Fizemos o contrato de promessa já há algum tempo e estamos à espera de fazer a escritura, de modo a dar definitivamente o lote à Robinson”, afirmou o vereador do Licenciamento e das Obras Públicas.

Situação Actual do Projecto

Dos 300 lotes de terreno iniciais, ainda restam alguns para venda, sendo que as infra-estruturas estão a ser recebidas por fases. De acordo com o vereador Luís Calado, numa primeira etapa foi efectuado o planeamento de uma nova Avenida que permite estabelecer uma ligação à estrada nacional que liga à fronteira com Espanha. Em seguida, realizou-se uma primeira fase que abrangeu cerca de uma centena de lotes. Neste momento encontra-se em conclusão a segunda parte de mais cerca de centena. Luís Calado explicou que, “neste momento têm disponíveis cerca de 200 lotes infra-estruturados. Os 150 empresários referidos anteriormente já ocupam praticamente estes 200 lotes, pois há empresas que pretendem ocupar mais que um. Estamos agora a pensar em fazer uma terceira fase, de modo a concluir aquelas infra-estruturas”, acrescentou.

Luís Calado, vereador da Câmara Municipal de Portalegre, afirmou ainda que “o turismo era o topo de desenvolvimento desta zona”. Já lá vão vinte anos em que se fala muito de turismo e esta região tornou-se forte nessa área. Mas realçou, “eu acredito que podem ser as duas vertentes. A indústria e o turismo. A indústria em todo lado tem sido a actividade económica que gera empregos, que faz criar qualidade de vida e aumento do poder de compra”.