Mota Amaral partilha histórias da implementação da república

João Mota Amaral, deputado da Assembleia da República, foi o terceiro senador a participar no Ciclo de Conferências de Senadores. A conferência realizou-se ontem e foram abordados temas como a implementação e o desenvolvimento da república.

João Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República, foi o convidado da terceira sessão do Ciclo de Conferências de Senadores. Mota Amaral contou várias histórias sobre o processo de implementação da república: “A primeira república durou dezasseis anos e foi um fracasso”. Foi assim que o deputado descreveu os primeiros anos de regime democrático não autoritário. Já a segunda República foi "cheia de potencialidade mas marcada por um impasse”.

Mota Amaral foi eleito deputado em 1969 com o propósito de tentar uma mudança de regime. “Queríamos criar condições iguais às dos outros países da Europa”, disse referindo-se ao seu objectivo e dos seus companheiros deputados quando fizeram uma proposta em 1970. Intitulavam-se a “Ala Liberal” e da qual fazia também parte Francisco Sá Carneiro. “Embora as intenções fossem as melhores, este projecto fracassou”, conta.

O deputado fez ainda questão de referir uma curiosidade em relação ao partido do qual faz parte e ajudou a fundar. "O PSD não se chama assim desde o inicio, no dia em que este surgiu, apareceu um outro que se chamava Partido Social Democrata Independente”, e assim tiveram que mudar o nome até este último desaparecer.

Mota Amaral conclui que o 25 de Abril de 1974 foi um marco histórico, e que veio alterar a maneira de viver da população, mas afirma ainda que “o mais importante foi um ano após o 25 de Abril e de ter surgido o sufrágio universal, nas eleições, mais de 90% dos portugueses saíram de casa para ir votar”.