Mau tempo provoca estragos em Portalegre

 

Inundações, quedas de muros e alagamentos de terrenos agrícolas são algumas das consequências do mau tempo que se tem feito sentir em todo o país durante as últimas semanas e que também afetou o distrito de Portalegre.
            Estamos num mês de primavera mas a chuva e o vento continuam em força provocando vários estragos por todo o país. “Este é um dos piores anos em termos de chuva”, desabafa João Baptista, comandante dos Bombeiros Voluntários de Portalegre.
            No distrito, as situações mais graves ocorreram em Arronches, onde o caudal de um rio subiu e arrastou consigo um rebanho, em Campo Maior, onde dezenas de pessoas que estavam acampadas a celebrar a Páscoa ficaram isoladas, após o caudal do rio subir e deixar submersa a ponte que dava acesso à Ermida de Nossa Senhora da Enxara, junto ao rio Xévora e nas imediações da aldeia de Ouguela.

Para além destas ocorrências, os bombeiros registaram ainda a queda de 3 muros em Portalegre, sendo que um deles abateu sobre uma casa provocando alguns danos. A moradia foi evacuada mas não houve vítimas. Foram ainda registadas inundações em casas e cortes em várias estradas.

Foi em Marvão que se registou um dos fenómenos invulgares com a abertura de crateras. “Neste caso não temos qualquer tipo perigo para as pessoas, a curiosidade das pessoas é que as deixam em perigo” referiu o comandante.

            Outro estrago provocado pelo mau tempo foi o alagamento de terrenos agrícolas, arrasando plantações e deixando a terra sem possibilidades de ser cultivada.          Manuel Gonçalves, dono da banca “Horta do Manuel das Carreiras” no Mercado Municipal de Portalegre, produz 70% dos produtos que se encontram na sua banca e afirma que a chuva vai prejudicar em muito o seu negócio, pois já quase não tem produtos de reserva e não tem a possibilidade de deitar sementes à terra, pois os seus terrenos estão alagados. “Não nos bastava já a crise se não agora ainda a chuva a pregar-nos uma partida destas. Certamente o preço dos alimentos vai ter que aumentar e se aumentar, as pessoas deixam de querer comprar o que é nosso e tem qualidade para comprar o mais barato” diz o agricultor.

Outra vendedora do Mercado Municipal, Ana Paula Silva, da banca “As Flores da Paula” também sente a redução nas vendas devido ao mau tempo. “Quem mais compra flores aqui na banca são as idosas, para ir deixar aos seus falecidos, como tem estado mau tempo as pessoas não vão ao cemitério e por isso não compram flores, que acabam por murchar aqui na banca”.