BookCrossing chega à ESE

A iniciativa internacional BookCrossing, que consiste na troca de livros em lugares públicos, está a decorrer na Escola Superior de Educação desde o início do mês.

O objectivo deste movimento é tornar o mundo numa biblioteca universal através da livre troca de livros que depois de lidos voltam a ser colocados no mesmo local para que outros os possam recolher.

Na ESE, a iniciativa decorre no Centro Documental onde estão reservados para troca 95 livros para toda a comunidade escolar e não escolar, fornecidos pela Biblioteca Municipal. Livros velhos, usados, com a capa gasta, e dos mais variados autores e anos de publicação, são identificados pelo símbolo internacional do BookCrossing - um pequeno livrinho amarelo andante. Para além disso, acompanham-se por um resumido texto explicativo de todo este movimento.   

Maria José Quarenta, responsável pelo movimento na Escola Superior de Educação, garante que a ideia está a ter bastante adesão. Contudo, para Fátima Miranda, assistente técnica do Centro Documental, o panorama é um pouco diferente. “Há muitas pessoas interessadas. Mas, se houvesse divulgação, teria uma maior participação. Apesar disso, há muitas pessoas que param para ver e outras que se aventuram a levar. Já vimos livros espalhados pela escola, e é para isso que eles servem. Um livro que nunca foi lido não tem utilidade.”

O desconhecimento de alguns tem conduzido a reacções inesperadas. “É engraçado porque o sentimento de medo é geral. Sentem que estão a roubar. Antes de saírem, param e perguntam se o livro tem alarme. Outros questionam-nos para que é que aquilo serve e nós explicamos.” conta-nos Joaquim Marchão, também assistente técnico do Centro Documental da Escola.

Actualmente existe cerca de um milhão e 800 milBookCrossers e mais de nove milhões de livros a viajar pelo mundo fora. Apesar de se fazer há relativamente pouco tempo na ESE, segundo Olga Ribeiro, responsável da Biblioteca Municipal pelo BookCrossing da cidade, em Portalegre a iniciativa já decorre há cerca de 3 anos.

Podemos encontrar alguns pontos de troca em lugares como o Instituto Politécnico de Portalegre, o Museu da Tapeçaria, o Hospital, o Danny´s Bar, o Café Alentejano, entre muitos outros lugares.  

Os livros existentes em cada posto, não são escolhidos ao acaso. “Temos de ter em atenção, ao género de pessoas que visita cada local. Por exemplo, como o Museu da Tapeçaria é um local turístico, faz sentido que haja uma panóplia de livros noutros registos. De outras línguas. Internacionais.”, explica Olga Ribeiro. Quando questionada sobre a hipótese de poderem ficar com os livros em casa sem o devolver, Olga Ribeiro esclarece que “quem fica com um livro é porque realmente necessita dele. E sendo assim, está perdoado”.