Câmara de Elvas contesta encerramento do Regime de Infantaria

Depois do Tribunal Militar e da Casa de Reclusao, agora é o encerramento do Regimento de Infantaria N.º 8 de Elvas que está a preocupar os responsáveis locais. A cidade e o distrito de Portalegre ficarão sem representatividade militar. “Existe um lobby no Exército que está a prejudicar a permanência dos militares em Elvas”, afirma o presidente da autarquia que já tem marcada uma reunião com o ministro da Defesa.

A Câmara Municipal de Elvas e a Concelhia Elvense do Partido Socialista estão contra a decisão do Ministro da Defesa, Luís Amado, de encerrar o Regime de Infantaria Número 8 (RI 8). Para o presidente da autarquia, o socialista Rondão de Almeida, “há um lobby no Exército, da arma de Cavalaria, que está a prejudicar a Infantaria e em particular a permanência dos militares em Elvas”.
O projecto de reestruturação do Exército já está nas mãos do ministro da Defesa, Luís Amado, para aprovação. Segundo a notícia avançada recentemente pelos órgãos de comunicação social, até 31 de Dezembro o Sul do País deverá perder três quartéis: Elvas, Santarém e Trafaria. Ao mesmo tempo, tudo indica que as unidades militares de Estremoz, Abrantes e Carregueira funcionarão como futuros centros de instrução auto para o Sul.

A transferência do Centro de Instrução Auto de Elvas para Estremoz já mereceu reacções por parte da concelhia e da autarquia elvense. O autarca relembra que, “a unidade de Estremoz, onde está instalado um Regimento de Cavalaria, não tem infra-estruturas para instrução auto, o que já não acontece em Elvas, onde estão montados todos os elementos para este tipo de instrução”.

Nuno Mocinha, membro da Concelhia de Elvas que, no início desta semana, deu uma conferência de imprensa, afirma que “esta reestruturação do exército foi realizada de forma duvidosa”. E, acrescenta: “É estranho que a instrução auto passe de Elvas para Estremoz”. Se esta decisão for concretizada, adiantou, a desertificação nesta zona do país passa a ser mais problemática.

Distrito de Portalegre sem representação militar

Quanto ao presidente da câmara de Elvas, confrontado com o possível encerramento do RI 8, responde que a autarquia reagiu de imediato à notícia.

“A autarquia já pediu uma reunião urgente com o ministro da Defesa, a fim de “tomar conhecimento com a realidade militar da cidade e o seu impacto social, económico e cultural do concelho”, explicou Rondão de Almeida, lamentando o facto de só agora a autarquia ter recebido uma resposta por parte do gabinete de Luís Amado.

“No dia 8 de Julho enviámos ao ministério da Defesa um pedido de audição mas, só agora nos foi dada uma resposta. No dia 16 irei ser recebido pelo ministro da Defesa”, esclarece.

“A câmara não entende quais os critérios utilizados e os estudos subjacentes à transferência do RI 8 para Estremoz”, interrogou-se, frisando que se esta proposta se vier a concretizar haverá um desequilíbrio total na distribuição das forças militares no Alentejo.
O distrito de Portalegre é “o mais prejudicado uma vez que deixará de ter representatação militar”, diz o autarca.

Depois do encerramento do Tribunal Militar, da Casa de Reclusão é chegada a vez do RI 8.
O ESEPJornal, tentou obter esclarecimento junto do coronel Conde Rendeiro mas sem êxito.