Loja social vai ajudar os mais desfavorecidos

A ajuda aos mais necessitados tem desde o início de Outubro um novo espaço. A Loja Social de Portalegre pretende contribuir para a integração e diminuição da pobreza na cidade. Doar vestuário, calçado e até refeições são algumas das formas de ajudar quem mais precisa. Na calha está a abertura de um novo espaço no Bairro dos Assentos.

Fazer voluntariado de proximidade com os idosos e contribuir para a integração dos mais pobres são dois dos objectivos da primeira Loja Social que abriu recentemente em Portalegre.
O projecto resulta da iniciativa de Fátima Ramalho que em conjunto com várias entidades como a Associação dos Profissionais de Educação do Norte Alentejo , o Banco Local de Voluntariado, a Associação Social Planetária, a Cáritas e o Banco Alimentar Contra a Fome, conseguiu pôr de pé este espaço.

“O propósito é minimizar o sofrimento e dar o máximo de bem-estar possível às pessoas mais carenciadas” explica Fátima Ramalho, coordenadora do projecto.
Aquela responsável refere que o seu desejo é fazer um “voluntariado de proximidade com os idosos, fazer-lhes companhia, ajudá-los nas compras, com os medicamentos”. O objectivo, prossegue a coordenadora, é “minimizar a pobreza e fazer com que as pessoas se integrem, poder apoiar pessoas para que elas se possam tornar autónomas de uma forma gradual.

Fazer a triagem

O espaço onde está instalada a loja, junto às antigas instalações da câmara, teve de sofrer algumas modificações. A loja está organizada por secções e é composta por quatro divisões.
“Existe uma sala grande onde é feita a triagem porque há coisas que não estão em bom estado para serem reutilizadas, como sapatos rotos ou mesmo roupas manchadas” e onde é engomada alguma roupa explica Hélder Faria, voluntário da Loja.

Numa outra divisão encontram-se “artigos em bom estado mas que ainda não foram colocados no inventário por isso ainda não podem ser doados”. Segue-se a divisão dos artigos para bebé e finalmente a divisão onde se encontram os artigos de lar, desde loiças a lençóis e cobertores assim como a alimentação.

Com excepção de valores em dinheiro, a Loja Social aceita todo o tipo de material, desde roupas, mobília, electrodomésticos, calçado ou artigos de lar.
A Loja Social “tem também um protocolo com o Centro Desportivo da Segurança Social em que basta ir buscar uma senha à Câmara para terem direito a uma refeição familiar” refere Fátima Ramalho.
O processo de doação passa por vários critérios. “Foram estabelecidas prioridades com base no rendimento por pessoa que não pode exceder os 243,32€. Afinal as pessoas podem dizer que estamos a ajudar quem não precisa e para esta loja de caridade ser credível tem de obedecer a critérios”, explica a coordenadora do projecto.

O procedimento é o seguinte: “é feita uma ficha de registo de necessidades das pessoas com todos os seus dados pessoais, perguntamos o que precisam e depois vão buscar as coisas à Loja Social por uma entrada menos visível. Quanto às pessoas que não queiram ir à loja por vergonha temos os voluntários que vão entregar à própria a casa das pessoas” explica Fátima Ramalho.
“Todos os dados são sigilosos, as pessoas têm vergonha e não querem que sejam expostos os seus dados privados” conta a coordenadora da Loja Social.

“Estas casas de apoio social são fomentadas pelas câmaras municipais de todo o país pois é uma obrigação perante os cidadãos mais desfavorecidos. É indubitavelmente uma questão de respeito à dignidade humana, combatendo assim a exclusão social e a pobreza extrema”, afirma a socióloga Margarida Serra.

“Esta é a primeira Loja Social de Portalegre e estamos a pensar abrir um outro espaço idêntico na zona circundante ao centro da cidade, no Bairro dos Assentos” adiantou o presidente do município local, Mata Cáceres.