Empresa de Terrugem aposta em produtos em pele e cortiça

Gaspar Magarreiro, fundador da empresa de confeção de produtos em pele e cortiça, situada na Terrugem (Elvas), está extremamente satisfeito com a coleção do ano de 2015. “Esta foi uma coleção de grande sucesso”, diz.

A empresa lança, todos os anos, uma nova coleção que leva cerca de um ano a ser preparada. “Na próxima coleção vamos seguir a mesma receita mas com algumas ideias melhoradas". Os responsáveis querem apostar nos padrões étnicos e bijuteria laser. "A empresa foi-se adaptando às necessidades e preferências do mercado, e de ano para ano tem vindo a crescer, com todas as adaptações necessárias", explica Gaspar Magarreiro.

Já com 22 anos de existência, a empresa começou pela produção de pequenos artigos de marroquinaria em pele. O trabalho com cortiça foi iniciado alguns anos mais tarde, em 2007. "O mercado estava a precisar de algo novo, algo diferente e a cortiça foi uma aposta que tem trazido frutos. A vantagem é ser um produto 100% português, natural, ecológico e que o mercado externo valoriza bastante”. Atualmente, a Artipel vende para França, Suíça, Luxemburgo, EUA, Austrália, Panamá, Canadá e México. Em Portugal, os principais pontos de venda são Lisboa, Porto, Évora, Leiria, Faro e Funchal.

João Trindade, trabalhador da Artipel, considera que "a utilização da cortiça é vantajosa por ser um material bastante leve e ter uma grande resistência”. Filomena Morgado, professora da Escola Superior De Educação de Portalegre, acrescenta ainda que “a utilização da cortiça no nosso dia-a-dia promove a plantação de montados, e do ponto de vista ambiental, é isso que precisamos atualmente”. (Ouvir áudio: Filomena Morgado)

Esta expansão do negócio corticeiro surgiu como forma de enfrentar a instabilidade financeira, procurando assim novos produtos para concorrer nas diversas áreas do mercado. Em Portalegre, a expansão deste negócio começou pelo aumento do número de pequenos estabelecimentos de preparação de cortiça e pelo desenvolvimento da Fábrica Robinson que se dedicava, essencialmente, à produção de rolhas.