Cáceres defende escola superior de saúde em Portalegre

Comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro
Comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro

A criação de uma Escola Superior de Enfermagem em Portalegre, “está no bom caminho”, afirmou Mata Cáceres, o Presidente da Câmara Municipal nas comemorações do dia internacional do enfermeiro, que se realizaram recentemente no convento de Santa Clara.

Mata Cáceres revelou, durante a sessão de abertura das comemorações do dia do enfermeiro, que se reuniu recentemente com o Secretário de Estado do Ensino Superior, com o presidente do Instituto Politécnico de Portalegre e o Governador Civil, e que ficou acordado o “compromisso possível” para a criação de uma Escola Superior de Saúde na cidade.

Mata Cáceres considera que este “é um passo essencial para promover a região já que existem carências visíveis na área em questão”.

As comemorações nacionais do dia internacional dos enfermeiros, tiveram lugar pela primeira vez em Portalegre.

O tema “Trabalhando com os pobres contra a pobreza” juntou enfermeiros e estudantes de enfermagem nos claustros do Convento de Santa Clara.

O dia ficou marcado pela abertura de uma Mostra dos Cuidados de Saúde, onde onze instituições, que desenvolvem projectos ou prestam serviços às populações na área da saúde e solidariedade social, se encontravam representadas; e pela realização de um colóquio subordinado ao tema “Enfermagem com os pobres”.

No colóquio foram apresentados alguns projectos em curso, como o "Sem Abrigo da Penha de França", do www.saudejovem, da Santa Casa da Misericórdia, e o Espaço T, do Porto.
Sérgio Carvalho, enfermeiro supervisor e docente na Escola Superior de Enfermagem, afirmou ao ESEP Jornal Digital que “este ano a Comissão Internacional de Enfermeiros escolheu o tema da pobreza”, e como Portalegre tem alguns focos de pobreza a ADENA, Associação para o Desenvolvimento da Enfermagem do Norte Alentejano, da qual faz parte, associou-se à Ordem dos Enfermeiros e a outras associações para que as comemorações acontecessem este ano na cidade.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, afirmou ao ESEP Jornal Digital que o tema escolhido este ano a nível internacional é de “extrema actualidade e relevância em termos mundiais”.

A bastonária referiu, na sessão de abertura das comemorações, que “a pobreza na actualidade é uma condição humana”, que não pode ser esquecida. “Qualquer pessoa pode ser considerada pobre desde que seja excluída”, afirmou.

Maria Augusta Sousa lembrou que existem pessoas a sobreviver no mundo com menos de um euro por dia, que “não têm acesso às mais básicas condições de saúde e educação”.
No país, a bastonária recorda o facto da população portuguesa viver com “um rendimento inferior ao limiar do rendimento da União Europeia”, e estar envelhecida e ameaçar agravar-se nas próximas décadas.

Em Portalegre, o envelhecimento da população é “uma das situações mais complicadas”, referiu. Maria Augusta Sousa encontra neste dia a oportunidade para “lançar o apelo” no sentido de se pensar na situação e em soluções, e afirmou em nome dos enfermeiros “que estão na linha da frente para fazer face a estes problemas”.

Graça Carvalho, a presidente da Escola Superior de Enfermagem (ESEnf), destaca este dia por ser comemorado em Portalegre, funcionando como “uma forma de descentralização, e uma forma de mostrar o trabalho desenvolvido”. A presidente da escola revela uma “enorme satisfação pela grande adesão” ao evento. “Colaborámos com a presença da nossa tuna e a dos alunos”, afirmou Graça Carvalho, que salienta o facto do dia do enfermeiro ter sido incluído nas actividades lectivas dos alunos da ESEnf.

Para o vice-presidente da Associação de Estudantes e Representante dos alunos da ESEnf, Nuno Carrrajola, “aproximar o interior deste tipo de comemorações é bastante importante”, e considera que para os alunos também é relevante uma vez que “começamos a integrar-nos num aspecto que também faz parte dos enfermeiros”. Para o representante dos alunos “ser enfermeiro não é ser só prestador de cuidados mas saber estar em eventos sociais que dinamizam a profissão”. Quanto ao tema considera que foi uma escolha “pertinente que aborda um aspecto de extrema importância” e que, de acordo com Nuno Carrajola, “nem sempre tem destaque na nossa sociedade”.