Figueiredo Lopes anunciou mais meios para combater incêndios

O ministro da Administração Interna revelou recentemente, um conjunto de dados sobre o dispositivo de combate a incêndios para este ano. O reforço dos meios e do número de efectivos da GNR são as primeiras apostas do governo, anunciadas por Figueiredo Lopes durante um debate acerca dos fogos florestais promovido pelo Presidente da República, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre.

O ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes comunicou que este ano "os serviços de protecção da GNR terão “60 equipas" para assegurar “um patrulhamento contínuo nas áreas de maior risco”. Esta medida vai “duplicar a acção de patrulhamento” em relação ao ano passado. Para além disso o ministro adiantou que “vão ser adquiridas muito brevemente 11 viaturas e 22 motos todo-o-terreno” para reforçar os meios da GNR. Os bombeiros também vão dispor de mais 150 pessoas, viaturas, e dois helicópteros.
O dispositivo de combate aos incêndios do ano de 2004, vai dispor de 15 milhões de euros, e vai ser dado a conhecer na íntegra, segundo o ministro da Administração Interna, “na primeira semana do mês de Maio”, estando as primeiras intervenções previstas para início de Junho.

No debate, no âmbito das “Jornadas do Ambiente”, sobre o tema “Ambiente e Desenvolvimento Sustentável” e após uma visita de três dias aos distritos de Castelo Branco e Portalegre, nomeadamente ao Parque Natural da Serra de São Mamede, o Presidente da República apelou à “necessidade de uma coordenação eficaz” no combate e prevenção dos fogos florestais. Apesar de reconhecer que “com isto não se resolve o problema de vez”, Jorge Sampaio vê na “eficácia, na convergência de meios e na coordenação” uma forma de a longo prazo “preservar a riqueza natural do país”.

O Presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, apontou a “descoordenação política” como umas das principais causas dos fogos em Portugal aliada, naturalmente às causas meteorológicas e à desordenação florestal. Duarte Caldeira ainda defendeu, durante a sua intervenção um conjunto de soluções para a problemática dos fogos, entre elas a “criação de medidas prioritárias”, por parte do governo, “para a melhoria de resposta às situações de catástrofe”.

Fernando Ruas, Presidente da Associação Nacional de Municípios, revelou todo o interesse relativamente à floresta mas mostrou “indisponibilidade para aceitar mais competências” sem a atribuição de mais meios financeiros.

O bispo de Portalegre apresentou, em nome dos bispos, interesse em apoiar o apelo à coordenação dos esforços de todas as instituições feito por Jorge Sampaio, e prometeu a “divulgação dos projectos” efectuados pelo governo junto das paróquias, desde que “sucintos e claros”.

Recorde-se que este Verão o país enfrentou 15 incêndios com uma média de duração igual ou superior a quatro dias, e que foram responsáveis por cerca de 60% de área ardida. Em Portalegre a 1 de Agosto deflagrou um incêndio que teve a duração de oito dias e que causou 8.817 hectares de área ardida.