Jornalismo satírico em debate nas XX Jornadas da Comunicação

José Pedro Silva da Imprensa Falsa, João Guimarães, autor de uma tese sobre o jornal satírico do Inimigo Público e Filipe Pardal, que realizou uma tese sobre o programa da TSF Governo Sombra debateram segunda-feira o jornalismo satírico no arranque da XX edição das Jornadas da Comunicação.

Apesar do tema, a falta de qualidade do jornalismo em geral foi o que mais motivou o debate. Filipe Pardal fez mesmo questão de referir: “o povo gosta é de sensacionalismo e não de diferenciação, como os casos que requerem grandes investigações jornalísticas”.

Os convidados concordam que o jornalismo satírico não serve apenas para ter graça, mas sim para “denunciar e ridicularizar o ridículo”, segundo refere Filipe Pardal. Acrescentando que se trabalha a atualidade a todos os níveis.

Os limites do jornalismo satírico estiveram no centro do debate.  Como defendeu João Guimarães, depois reforçado por José Pedro Silva e Filipe Pardal, “há sempre uma autocensura mas deve também existir liberdade de expressão que deve prevalecer”. "Limitar o humor é limitar a liberdade de expressão”, e nesta área mais humorística a liberdade de expressão é essencial, reiterou.

José Pedro Silva considera que os atentados ao jornal satírico Charlie Hebdo eram "esperados":  “O Charlie Hebdo já recebe ameaças desde o primeiro dia e deviam estar à espera que isto acontecesse”. Foi neste ponto que João Guimarães e Filipe Pardal discordaram. Para João Guimarães e Filipe Pardal passou a existir mais liberdade e que este atentado levou até a que o jornal francês tivesse um maior sucesso, defendendo que ninguém pode prever estes atentados e que os jornalistas estavam apenas a fazer o seu trabalho.