Telemedicina em cinco hospitais do Alentejo

Com mais de duas mil teleconsultas realizadas em 2003, em várias especialidades, a telemedicina é já um hábito no Hospital de Elvas. Beja, Évora, Portalegre e Serpa são os outros hospitais em conjunto com mais 17 centros de saúde alentejanos que colaboram neste projecto inovador na medicina do Alentejo.

Nos dias que correm as tecnologias são cada vez mais utilizadas para todos os fins. A telemedicina é uma dessas novas inovações na medicina. O Hospital de Elvas, em conjunto com mais quatro hospitais do Alentejo, tem vindo a “angariar” cada vez mais doentes para este tipo de consultas “à distância”.

Desde 1999, em que se registaram 30 consultas anuais, as teleconsultas no Hospital de Elvas têm vindo a aumentar significativamente (423 teleconsultas em 2003), o que leva a que Álvaro Pacheco, director do Hospital de Elvas, a confirmar “a satisfação dos pacientes e mesmo dos médicos e pessoal envolvidos quando confrontados com esta nova experiência”.

A telemedicina é uma actividade que tem por base o uso de informação electrónica e de tecnologia de informação que permite aceder e melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, sempre que a distância separa os doentes dos médicos.

“A telemedicina é no fundo uma consulta clássica aplicada com as novas tecnologias. Portanto, uma teleconsulta, como o nome diz, é uma consulta feita à distância”, explica Álvaro Pacheco.

A implementação do programa de telemedicina no Hospital de Santa Luzia de Elvas partiu da iniciativa de um núcleo composto por sete membros do hospital: um coordenador/médico, dois médicos, uma enfermeira, um técnico informático e dois elementos administrativos do hospital.
Todos os dias existem cerca de 6 teleconsultas no Hospital de Elvas. A dermatologia não é uma das especialidades deste hospital mas através do ecrã do computador, todas as terças-feiras existe atendimento desta especialidade mediante o contacto com o Hospital de Elvas.  Neurologia, televideoendoscopia, televideocolonoscopia e teleradiologia são as especialidades que o hospital de Elvas tem ao dispor dos utentes.

Benefícios da telemedicina

Segundo Álvaro Pacheco, a telemedicina nasceu em Elvas por necessidade. “Nós não temos dermatologia, então a maneira que conseguimos com os doentes, em vez de se deslocarem a Évora, conseguissem a consulta aqui, é a teleconsulta. Fazemos com que o colega de Évora esteja momentaneamente ligado a nós por teleconsulta, estando o doente em Elvas.”

Uma das grandes vantagens da telemedicina é o facto de o doente não ter de se deslocar ao hospital que tem a especialidade de que necessita. “As viagens deixam de ser feitas pelo utente”, reforça Álvaro Pacheco, “são custos menores para o doente ou para o Estado e dão ao doente uma coisa que não tem preço: a comunidade”.

A telemedicina ainda beneficia os utentes de várias maneiras: consultas da especialidade, em qualquer local, cuidados de saúde melhores e mais alargados, em zonas periféricas e isoladas, personalização dos cuidados de saúde, redução significativa das deslocações, dos doentes e dos médicos, monitorização dos doentes crónicos, gestão mais eficiente dos recursos disponíveis e aumento na eficácia do diagnóstico médico.
No Hospital de Elvas existe apenas uma sala equipada para as cerca de 6 teleconsultas feitas diariamente. Todo o equipamento foi instalado no hospital em 1998, assim como aconteceu em todos os hospitais do Alentejo, por um programa do Fundo Europeu.

O futuro

Ainda este ano, o Hospital de Elvas, vai alargar a telemedicina a novas áreas e aderir a um novo projecto da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo: o TeleMedAlentejo. Ainda este ano, este hospital vai obter ajuda, via Internet, para a pediatria e genética, vinda do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e para a oncologia e pneumologia, do Hospital de Elvas.

O director do hospital de Elvas ainda acrescenta que o site www.telemed.org está disponível para quem quiser “descobrir um pouco mais sobre a telemedicina e os seus benefícios.”