“O poder da imagem” marcou presença em mais um SMS

 “Qual o papel da imagem no jornalismo em Portugal?” Esta foi a questão lançada em mais um Seminário de Media e Sociedade, que decorreu, na passada terça-feira, dia 12 de Abril. Apesar do debate, nem sempre concensual, todos concordaram com o facto de "a imagem ser uma arma muito importante e com grande influência no público".

Hugo Rainho, fotojornalista no Correio da Manhã, partilhou a sua experiência com o público: “Aquilo que eu faço é esconder-me atrás da máquina” e realça o valor das imagens, por ser o primeiro contato dos leitores com a notícia mas não esquece a importância da relação simbiótica que deve existir entre os textos e as imagens. Ainda acrescentou que é fundamental que uma imagem tenha informação: “Se não tiver informação não vai acrescentar nada, não vai chamar a atenção do público.”

Em oposição à opinião de Carina Martinho Coelho (Mestre em Jornalismo, Comunicação e Cultura), Hugo Rainho afirma que o fotojornalista é sempre o primeiro editor. Como o próprio diz: “Se nós não quisermos que uma imagem seja publicada não a enviamos, se não, é essa imagem que vai ser publicada de certeza absoluta.” Tem uma opinião muito vincada sobre a escolha e edição de uma fotografia, afirma que nenhuma imagem deve ser manipulada por software mas sim o cenário em causa e admite que edita as suas fotografias mas fazendo sempre a distinção entre manipulação e edição: “Toda a imagem digital precisa de ser editada porque as máquinas hoje em dia mostram mais do que aquilo que podemos ver, e por isso há que pôr balizas.” Ter várias fotografias como opção de escolha também é importante apesar de a primeira fotografia ser sempre publicada devido à rapidez do meio.

Acompanhado pela sua câmara, Carlos Nascimento Reis não esqueceu o poder do som: “O som é tão ou mais importante que a imagem.” Depois de fazer uma comparação entre a imagem e o vídeo e de realçar as dificuldades acrescentadas deste último, deu a conhecer ao público algumas das técnicas que utiliza diariamente como repórter de imagem da SIC. Técnicas que Hugo Rainho sublinhou como sendo fundamentais pois como diz: “É a única coisa que nó controlamos, de resto não controlamos mais nada.”

Carina Martinho Coelho concluiu, na sua tese de mestrado, o peso das agências de notícias e um número cada vez mais escasso de  profissionais.

Já no final do debate o fotojornalista Hugo Rainho depois de confrontado pelo público acerca do projeto Correio do Leitor criado pelo Correio da Manhã declarou: “Acho que é um projeto interessante e faz todo o sentido.” Apesar de já terem ocorrido situações polémicos acerca desta proposta, o fotojornalista diz que tem de haver uma triagem e que não se pode confiar em tudo o que recebem.

Para o público, essencialmente constituido por futuros profissionais, ficaram alguns conselhos: “Sejam ou não fotojornalistas, quanto mais perceberem de imagem, melhor saberão trabalhar em terreno.”