Sindicato acusa escola de não respeitar a Lei da Greve

A delegação distrital de Portalegre do Sindicato dos Funcionários Públicos da Região Sul e Açores recebeu uma queixa contra a Escola Secundária Mouzinho da Silveira (ESMS). Em causa estão alegadas irregularidades durante a greve da função pública na passada quinta-feira, dia 4.

O Sindicato dos Funcionários Públicos da Região Sul e Açores acusa a direcção da ESMS de ter alegadamente substituído um funcionário em greve no desempenho das suas funções na portaria da escola portalegrense. Jorge Ventura, coordenador da delegação distrital, afirma que teve “conhecimento de que um professor terá exercido as funções de uma pessoa que estava em greve”. Algo que interpreta como uma “medida de pressão contra os trabalhadores em greve”.

“Se a escola não fechar, o trabalhador irá equacionar a sua participação em futuras greves, porque não viu resultados. O seu salário é muito baixo e o vencimento desse dia pode fazer a diferença”, explica Jorge Ventura. "Teremos de entrar em contacto com a escola para ouvir a sua versão dos acontecimentos e fazer uma queixa na Direcção Regional de Educação, para que estes acontecimentos não se repitam no futuro”, acrescenta.

Contactada a directora da ESMS, Maria Arlanda Gouveia garantiu não ter havido irregularidades por parte da escola, e adiantou: “Um professor ocupou o lugar do funcionário enquanto ele se ausentou por momentos, não substituiu qualquer funcionário que estivesse em greve”. A docente esclareceu que “os funcionários trabalham num lugar específico, mas também são colocados em regime de rotatividade” pois “alguém terá de os substituir na hora de almoço, ou quando saem às 16h”, concluindo que “não pretendem contrariar a greve, mas defender os interesses dos alunos”.

Sobre a greve em causa, Maria Arlanda Gouveia refere que "todas as pessoas têm o direito a fazer greve, é uma figura que existe na legislação portuguesa”. Contudo, a docente fez questão de referir que enquanto directora de uma escola, cuja maior parte dos alunos vêm de fora, tem a "obrigação de abrir a mesma sempre que as condições mínimas se verifiquem” e que "esta greve não teve impacto na ‘vida’ da escola ao contrário de outras”.