O humor negro de Rui Sinel de Cordes

 Conhecido por“Caveleiro Negro”, Rui Sinel de Cordes, não encheu a sala do CAEP, na sexta-feira, dia 1 de Abril, mas juntou cerca de 150 pessoas, na sua maioria fans que não perderam a oportunidade de o ver ao vivo. 

O humorista é licenciado em Ciências da Comunicação, na vertente de multimédia, mas como o próprio revelou: “Nunca usei para nada, é uma profissão muito gira, sempre quis ser jornalista mas depois desisti”. Foi no terceiro ano do curso na Autónoma de Lisboa, numa cadeira de escrita criativa, que o despoletou para a escrita que percebeu que “o que queria mesmo era fazer as pessoas rir”. Acabou o curso um pouco para fazer a vontade à mãe e “depois poder fazer tudo o que queria”.

A sua inspiração é o Herman José e defende que “é o maior humorista em Portugal e ninguém vai conseguir fazer o que ele já fez”.

Quando começou era o único em Portugal a fazer stand-up comedy e foi um processo complicado. “Uma das coisas principais é sabermos que temos um determinado público que tem de gostar do humor que fazemos”, disse o humorista.

Ao início teve noites em que o público não estava muito interessado em “ouvir falar da fome em África ou de cancro”, Cordes nunca mudou o seu estilo e atualmente “corre maravilhosamente bem”.

O humor negro não predomina em Portugal e são muitas as pessoas que não gostam da forma como se aborda determinados temas, no entanto, para o humorista “isso não faz com que seja mais difícil fazê-lo, tenho tido as salas de espetáculo cheias por todo o país”. Acrescentou ainda: “As pessoas ainda não percebem muito bem e há muito a ideia de que se estás a fazer piadas com um certo tema porque és um insensível.”

O humorista recorda que foi com o passar do tempo que foi conquistando as pessoas, que vão começando a perceber o género humorístico “Foi quando fiz piadas com o facto de a minha mãe ter cancro e a minha avó ter falecido, as pessoas começaram a perceber que afinal eu não sou um insensível, que não falo do que não sei”.

Devido aos temas e à forma como os aborda é bastante criticado. O caso mais recente foi relativo a uma piada sobre cancro que foi desde logo associada a Sofia Ribeiro. No entanto, as críticas não o afetam: “Não ligo a críticas nem mesmo a elogios, sou completamente indiferente”.