Falta apoio às vítimas de violência doméstica em Portalegre

A capacidade de apoio às vítimas de violência doméstica em Portalegre fica aquém de muitas cidades. Só em Janeiro é que o “Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica de Portalegre” foi criado.

Em Janeiro foi aprovado o protocolo para a criação do “Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica de Portalegre” (NAVVD). Desde então, registaram-se 17 casos de violência doméstica. De acordo com o Subcomissário da PSP e Comandante da Esquadra de Portalegre, Sá Santos, “a resposta das instituições ainda não é eficaz, devido ao horário de atendimento”.

Carla Baptista, assistente social e coordenadora do NAVVD refere: “Os casos de violência doméstica no Distrito de Portalegre não se diferenciam dos casos a nível nacional”. E acrescenta: “As mulheres continuam a ser as mais vitimizadas e os agressores são na sua maioria homens, contudo, isto nem sempre se verifica”.

Os dados do último inquérito, de 2008, realizado pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelam que as vítimas mais visadas são do sexo feminino (87,1%) e os agressores são na sua maioria do sexo masculino (86,9%).

“Desde que o código penal foi alterado e a violência doméstica foi considerada crime público, os números de queixas aumentaram”, referiu o Subcomissário da PSP. Mencionando ainda: "Tivemos conhecimento de pessoas que já sofriam de violência doméstica há 15 ou 20 anos”.

Apesar da percentagem de violência doméstica ter aumentado, “em Portalegre sempre existiram 10 ou 15 casos de violência doméstica, mas acabam por ser sempre os mesmos porque as vítimas repetem as denúncias”, explica o Comandante Sá Santos.

Vitimas têm entre 30 a 50 anos
A faixa etária mais vitimizada situa-se entre os 30 e os 50 anos de idade, com afirmam Carla Baptista e o Comandante da Esquadra. Os dados da APAV, relativamente à idade das vítimas, rondam entre os 26 e os 45 anos de idade (33,1%).

Como foi relatado pela Coordenadora da NAVVD e pelo Subcomissário da PSP, as dependências dos agressores são na maioria de álcool, droga e económica.

Normalmente, as vítimas e os agressores estão casados, relataram a assistente social e o Comandante de Esquadra. Os números da APAV revelam que grande parte das vítimas está casada (47,6%).

Este crime tem alguma representatividade na cidade: "Cerca de 7% dos crimes são de violência doméstica”, afirmou ainda o Comandante da PSP Sá Santos.