Jovens afastam-se da missa de domingo

A Igreja está cada vez menos apelativa para os fiéis das faixas etárias mais jovens. O levantamento mais recente da prática dominical, feito em 2001, chegou à conclusão de que mais de metade dos praticantes em Portalegre e Castelo Branco conta com idades superiores a 55 anos.

Os resultados do recenseamento da prática dominical para a diocese de Portalegre-Castelo Branco, realizado em 11 de Março de 2001 nos locais de culto da Igreja Católica, confirmam a existência de um envelhecimento acentuado dos fiéis.

Os dados revelam que mais de metade dos praticantes possuem idades superiores a 55 anos - se em 1991 ficavam pelos 50,7 por cento, hoje são 58,9 por cento do total. Para se ter uma ideia, só por si, as mulheres com idade superior a 40 anos representam 54,2 por cento dos fiéis que têm por hábito assistir à missa de domingo.

Em sentido contrário, as classes etárias mais baixas (especialmente dos 7 aos 14 e dos 15 aos 24 anos) reforçam a tendência de separação que se vem revelando desde 1977, ano do primeiro recenseamento. Há 26 anos, por exemplo, as mulheres dos 7 aos 14 anos significavam 11,2 por cento do total dos praticantes; os dados de 2001 referem uma representatividade actual na ordem dos 5,1 por cento.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Augusto César, considera, na análise que faz destes dados, que eles sugerem “desafios pastorais sérios” e que houve “uma perda de sentido cristão do Domingo”. Os “desafios” a que o documento, publicado no site da Igreja Católica (www.ecclesia.pt), se refere, são a formação dos Conselhos Paroquiais, a criação das Zonas de Dinâmica de Missão e o reforço da “escola” da preparação de celebrações como o baptismo, o crisma e o matrimónio.

O bispo considera ainda que este é um estudo que “criou inquietação e deve dar frutos novos” e que “a prática pastoral não pode contentar-se com a repetição pura e simples dos modelos do passado. Os apelos da Nova Evangelização inspiram adequação da linguagem, conteúdos acessíveis, métodos renovados”, defende.