Consumo de ecstasy aumentou no distrito de Portalegre

Nos últimos três anos Portalegre tem registado um consumo preocupante de ecstasy. De acordo com o Centro de Atendimento a Toxicodependentes há cada vez mais jovens a consumir aquela droga. Um estudo feito em 2001 pelo Instituto Português da Droga e Toxicodependência colocava Portalegre acima da média nacional quanto ao consumo da “droga das raves”.

O consumo de ecstasy no distrito de Portalegre aumentou nos últimos três anos, de acordo com dados divulgados pelo Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) daquela cidade.

À semelhança do que se tem verificado em muitas regiões do país, as novas drogas, ecsatsy incluído, estão a ganhar cada vez mais adeptos na região de Portalegre, sobretudo entre as classes mais jovens.

Apesar do índice de toxicodependência neste distrito ter sofrido uma quebra, sobretudo a partir de 1999, o consumo desta droga, contrariamente ao da heroína, tem vindo a aumentar.

Lina Alexandre, técnica de serviço social no CAT de Portalegre, confirma a tendência e refere que “são principalmente os jovens, aqueles que recorrem a este tipo de substância”.

Conhecido como a “droga das raves”, o ecstasy – explica aquela responsável – “é utilizado, maioritariamente por jovens que frequentam a noite”, uma vez que, quando esta droga está no auge do seu efeito, os consumidores sentem-se cheios de energia e eufóricos, “permitindo-lhes, por exemplo, dançar toda a noite, sem sentir cansaço”.

O ecstasy é uma das novas drogas sintéticas que tem na sua origem molecular o MDMA, substância responsável pelos seus efeitos estimulantes. Encontra-se no mercado sob a forma de cápsulas ou comprimidos de várias cores e formas.

Lina Alexandre alerta para as consequências “perigosas” que advêm da utilização deste sintético. “Muitas vezes, os consumidores não têm a noção dos perigos que correm quando consomem esta substância”.

Aquela responsável lembra ainda que o ecstasy pode provocar, a longo prazo, “danos cerebrais permanentes”, como perda de memória e depressões, sobretudo, quando consumido com outras substâncias tóxicas.

Portalegre acima da média nacional

Um estudo divulgado em 2001 pelo então Instituto Português da Droga e Toxicodependência, actualmente Instituto da Droga e Toxicodependência, colocava o distrito de Portalegre na linha da frente no que toca ao consumo de ecstasy, com valores superiores à média nacional.

Este estudo resulta de um inquérito à população escolar do 3º Ciclo e evidencia que, nesta data, as prevalências do consumo desta droga já eram muito idênticas às da heroína e cocaína.

Os distritos de Viseu, Vila Real e Santarém foram aqueles onde se registaram os valores mais elevados de consumo, seguidos de Portalegre, Bragança, Faro, Coimbra, Leiria, Viana do Castelo e Castelo Branco.

A família desempenha “um papel fundamental”, segundo Lina Alexandre, no processo de prevenção deste tipo de drogas, “que em muitos casos constituem a rampa de lançamento” para o consumo de outras substâncias.

“Mesmo quando o utente já está numa fase de tratamento, a família é extremamente importante, porque quanto menos suporte o doente tiver, menor é a probabilidade de recuperação, uma vez que todas as portas se fecham à sua volta”, esclarece.